Fonte: Agência Fenapef
Na tarde desta segunda-feira, 20, a Diretoria-Executiva da Fenapef e o Conselho de Representantes, composto pelos presidentes dos 27 sindicatos estaduais da Polícia Federal, participaram de uma videoconferência para avaliar a agenda política junto ao Ministério da Justiça e debater as próximas medidas a serem tomadas no combate à desvalorização dos cargos de agente, escrivão e papiloscopista.
Pela manhã o presidente da Fenapef Jones Borges Leal esteve reunido com o assessor especial do Ministro da Justiça Marcelo Veiga, incumbido de promover as negociações junto às entidades representativas dos policiais federais.
O clima da reunião foi tenso, pois o assessor repassou a preocupação do Ministro da Justiça em relação aos boatos de que os policiais federais estariam planejando realizar paralisações nos grandes eventos, como uma forma de extorsão salarial junto ao governo.
Segundo Veiga, um boicote sindical aos eventos internacionais acarretaria uma resposta enérgica e sem precedentes dos altos escalões do Governo Federal, sendo fatal para o esforço ministerial em busca de soluções para o reconhecimento profissional e correção da distorção salarial hoje vivenciada pelos agentes, escrivães e papiloscopistas da PF.
Imediatamente o Presidente reiterou o patriotismo dos Policiais Federais e sua vontade em contribuir para a segurança dos grandes eventos, embora salientando que todos se encontram extremamente desvalorizados e desmotivados.
Como prova real do compromisso social do movimento sindical dos agentes, escrivães e papiloscopistas da PF, basta lembrar que de forma voluntária, no ano passado, os policiais federais cumpriram seu compromisso durante o evento Rio +20 e também, em plena greve, comprometeram-se pessoalmente com a Ministra Carmen Lúcia em não atrapalhar o andamento das eleições. Nos dois eventos falou mais alto o amor à Pátria e o compromisso com um Brasil melhor. (veja matéria relacionada clicando AQUI)
E na contramão da cidadania, durante a última greve também foi publicada pela imprensa as lamentáveis manifestações do presidente da associação de delegados, que ponderou pelas paralisações durante as eleições, culto máximo à democracia, como forma de demonstração de insatisfação e advertência ao governo federal. (veja matéria relacionada clicando AQUI)
Segundo entendimento corroborado por todos os participantes da videoconferência, esses infelizes boatos de radicalização ou desmoralização do movimento sindical têm sido frequentes, e infelizmente existem pessoas não compromissadas com a necessidade de resgate profissional da grande maioria dos policiais federais.
A videoconferência não é instância deliberativa segundo o estatuto da Fenapef, mas preliminarmente a maioria dos participantes concordou que eventos internacionais não devem ser alvos de paralisações, pois o principal prejudicado seria o cidadão. Também foram criticados pelos participantes alguns boatos que são lançados nas redes sociais por pessoas que acabam prejudicando o andamento das negociações.
A nova tendência do movimento sindical é de mobilização política, que pretende convencer o Ministério da Justiça, e demonstrar para a população, que a grande base de policiais federais, altamente qualificados, está desmotivada, pois sente que a Polícia Federal está desvalorizada em relação aos demais órgãos do Poder Executivo Federal.
O atual quadro de negociação aparenta uma situação de abandono pelo governo, já que a instituição vem sendo mantida num processo crescente de ineficiência, desperdício e burocratização, pois todas as chefias são ocupadas por um único cargo com formação em Direito, numa gestão de pessoas baseada num “apartheid” funcional.
Na próxima quinta-feira, 23, está confirmada uma reunião entre o Ministro da Justiça e o presidente da Fenapef. Na ocasião serão repassadas as diretrizes políticas debatidas pelos dirigentes sindicais, numa conversa que será crucial para definir os rumos do movimento.
Segundo entendimento debatido na videoconferência, o movimento sindical deve buscar um compromisso político com o Ministro da Justiça em prol de uma agenda que interrompa o atual sucateamento da Polícia Federal, e consiga reestabelecer a relação de confiança entre o Governo Federal e uma legião de servidores que fizeram um juramento em prol da justiça social do nosso país.
Foi proposto o redirecionamento das ações sindicais para o combate aos atos de improbidade cometidos com frequência por péssimos gestores no âmbito da Polícia Federal. Ações incisivas de marketing foram sugeridas para denunciar os desperdícios, a burocracia, a ineficiência e o descaso com a saúde mental do servidor, priorizando o alerta à população sobre a absurda evasão de profissionais que migram para carreiras típicas de Estado mais valorizadas.
Segundo Leal, “é preciso consertar os rumos do movimento sindical, pois o movimento dos sindicatos da PF possui o mesmo objetivo do Governo Federal, que é atingir os programas e metas que buscam garantir o combate à criminalidade. Nunca houve um cabo de guerra, e temos que extirpar do nosso meio aqueles que semeiam a discórdia, e direcionar nossas ações aos reais culpados pelo caos organizacional que adoece os policiais federais”.
Todos os dirigentes sindicais concordaram que a agenda de mobilização deve continuar, e todos os temas devem ser amplamente discutidos nas assembleias estaduais. Considerando que a essência do movimento é política, e seu real objetivo é conscientizar a população sobre o atual sucateamento da Polícia Federal, não serão necessárias paralisações, e será planejada por especialistas em marketing uma agenda estratégica de atos públicos, que não prejudicarão os eventos internacionais.
Foi agendada a próxima Assembleia Geral Extraordinária para a primeira semana de junho. E as diretrizes debatidas pelos dirigentes sindicais serão analisadas na reunião do Ministro da Justiça e Fenapef, na próxima quinta-feira, 23.
Compareça às assembleias estaduais e participe ativamente do movimento. Precisamos fazer a nossa parte para salvar a Polícia Federal e resgatar o nossos sonhos de realização profissional, em busca da justiça social do nosso país.
Diretoria da Fenapef
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