A Polícia Federal (PF) espera implementar, em breve, um novo sistema tecnológico para realizar interceptações telefônicas, os chamados grampos legais. Segundo o diretor-geral da instituição, Luiz Fernando Corrêa, o novo software, bem como os novos procedimentos que vem sendo discutidos com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), darão maior controle e segurança ao recurso de investigação, evitando vazamentos e facilitando o controle pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público.
“Vamos digitalizar todo o processo, desde a representação [ao juiz] até as formas de acompanhamento das medidas [em curso]. Desta forma, juízes, delegados e promotores não ficarão mais restritos ao trâmite de papéis, o que, além de moroso, coloca em risco o sigilo da operação”, disse Corrêa ao fim do Seminário Internacional sobre Repressão ao Crime Organizado, promovido pela PF, em Brasília (DF).
Corrêa explicou que, atualmente, a PF é obrigada a entregar ao juiz responsável, a cada 15 dias, um relatório sobre cada operação. Com o novo sistema – que ainda não tem data para entrar em vigor, mas já foi submetido a testes preliminares – todos os procedimentos adotados pela instituição poderão ser acompanhados em tempo real.
“Isso dará maior celeridade, segurança e transparência às operações”, disse Corrêa, alegando que o valor do investimento ainda está sendo calculado.
“A tecnologia não substitui o homem. O que queremos é que, com as auditorias [em tempo real], esses deslizes sejam mais facilmente identificados. Assim, a sociedade se sentirá mais tranquila”.
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