Grevistas entram em confronto com PM em frente ao Planalto
Policiais usam cassetete e gás de pimenta, mas não conseguem conter manifestantes
Grevistas invadem a rua em frente ao Palacio do Planalto e entram em conflito com a PM de Brasilia Foto: Gustavo Miranda / Agência O Globo
Grevistas entraram em confronto no final da tarde desta quarta-feira com a Polícia Militar do Distrito Federal em frente ao Palácio do Planalto. Os grevista desceram a Esplanda dos Ministérios e foram barrados na Praça dos Três Poderes quando tentavam chegar até a rampa do Planalto. Eles gritavam palavras de ordem: “ o povo na rua, Dilma é culpa é sua” .
Na confusão, a PM agrediu também jornalistas e fotógrafos. Mesmo com cassetete e gás de pimenta eles não conseguiram conter a multidão. Os grevistas avançaram e chegaram ao pé da rampa do Palácio, por onde permaneceram durante cerca de 40 minutos. Ninguém ficou ferido, apenas alguns manifestantes reclamaram dos olhos ardendo devido ao gás de pimenta.
Participaram da manifestação cerca de 400 manifestantes, segundo a Polícia Militar. Entre as categorias estavam a Polícia Rodoviária Federal, servidores do Judiciário, auditores do Trabalho e Polícia Civil do Distrito Federal.
Governo refaz contas
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse nesta quarta-feira que o governo está fechando esta semana as contas para saber que propostas de reajustes salariais poderão ser apresentadas aos servidores públicos em greve. No entanto, a ministra observou que, no início do ano, havia uma perspectiva melhor do que aconteceria para a economia mundial, mas que no fim de maio e no começo de junho, esse cenário internacional ficou nublado.
– Então preferimos fazer uma análise para que, no que for possível, o governo faça uma proposta responsável aos servidores. Já fizemos uma proposta aos professores que é muito boa. Já assinamos acordo com o Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior). Uma série grande de de universidades está fazendo assembleias. Uma parte substantiva está voltando para a greve. Acreditamos que (esse problema) será equacionado – afirmou.
Miriam observou que o governo federal está atento às greves dos servidores públicos para garantir que os serviços sejam prestados. Ela lembrou que, por isso, a presidente Dilma Roussef assinou o decreto 7.777, que permite que os grevistas sejam substituídos por servidores estaduais ou municipais para garantir que não haja paralisia, por exemplo, nos portos.
– Isso nós vamos continuar atuando da mesma maneira para evitar um comprometimento da prestação desses serviços – ressaltou, após o evento em que foi anunciado o plano de ações contra desastres naturais.
Manifestantes foram no local do evento e entoaram palavras de ordem conta o corte de ponto. Eles também pediam diálogo com o governo para negociar o reajuste. Sobre a paralisação da Polícia Federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o diálogo está aberto, mas que o governo tem suas limitações. E pediu maturidade e comedimento da categoria:
– Confio na maturidade dos policiais federais, porque eles têm consciência de que a posição do governo (de não ceder às reivindicações) deriva de uma situação internacional, que não pode ser desprezada – afirmou o ministro da Justiça, que pediu que as lideranças do movimento continuem garantindo os serviços básicos.
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