Alijado de eventos no cenário nacional desde o estouro do escândalo do mensalão do DEM, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), provocou constrangimento ao participar da solenidade de lançamento do protocolo de cooperação com estados-sede da Copa do Mundo de 2014. Com 12 governadores e prefeitos de capitais presentes, muitos evitaram cumprimentá-lo e chegar perto dele para não aparecer nas fotos a seu lado.
Alvo de pequena vaia na entrada, Arruda também parecia constrangido durante o evento, permanecendo com uma postura ereta durante quase todos os discursos. Ao contrário dos demais governadores, ele evitou a entrada principal, onde havia a possibilidade de deparar-se com a imprensa e outras pessoas. Ele optou pela entrada privativa de autoridades e foi direto para a sala reservada aos governadores e ao presidente Lula antes do início do evento. O locutor começou anunciar os nomes dos governadores presentes. Quando citou Arruda, houve uma leve vaia.
Arruda seguiu a fila de governadores, distanciando-se um pouco dos demais. Ele seguiu determinado para o local onde iria se sentar e permaneceu em pé, isolado, por algum tempo.
Alguns governadores, como o de São Paulo, José Serra (PSDB), e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que ficaram na mesma fileira que Arruda, passaram perto e não o cumprimentaram. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, quebrou o mal-estar e foi até Arruda, estendendo a mão. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também falou com Arruda, mas de forma discreta. Percebendo que teria que se sentar a duas cadeiras de Arruda, Cabral voltou e o cumprimentou, colocando as mãos sobre o ombro dele, tentando disfarçar o constrangimento.
Sobrou para o governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), a tarefa de sentar-se ao lado do governador do Distrito Federal. Durante toda a solenidade era visível o constrangimento de Arruda, que olhava fixo para a plateia, mudando, de vez em quando, a direção do olhar. O governador permaneceu ereto a maior parte do tempo, com as palmas unidas ou os braços cruzados. Entre um discurso e outro, os governadores trocavam pequenas confidências. Serra conversou com o colega tucano, o governador de Minas, Aécio Neves, e com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Cabral puxou conversa com Jaques Wagner e com Eduardo Campos. Só no penúltimo discurso, feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, é que Wagner conversou por alguns minutos com Arruda.
Nos discursos, nenhuma referência à presença de Arruda. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), por exemplo, citou dois governadores e dois prefeitos. Apenas o presidente Lula falou o nome de Arruda, citando todos os demais. A cerimônia terminou e Arruda deixou o local sem falar com a imprensa.
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