Como é sabido, alguns policiais foram elogiados pela Administração por terem trabalhado muito e bem, participando de importantes Operações Policias. Nós também parabenizamos os “bons” policiais que realmente, imbuídos do espírito profissional, deixaram para trás as suas pretensões de melhoria salarial e de condições de trabalho.
Acreditamos que os “pelegos” de carteirinha já são bastante conhecidos, com ou sem greve. É de se perguntar: para que reforçar o grupo reivindicatório, se existimos nós, que lutamos (inclusive) por eles?
No entanto, verdade seja dita, entendemos e apoiamos aqueles que – por não acreditarem em alguns líderes ou por não concordarem com certas “estratégias” utilizadas – resolveram não fazer greve. Todos nós em algum momento balançamos na dúvida e perguntamos: Será que vai dar certo? Será que devemos continuar a agir dessa forma? Será que essas palavras devem ser ditas? Enfim, nos enchemos de perguntas e não conseguimos encontrar as respostas. Insistimos, porém, em apoiar e valorizar um movimento justo e legal, que apesar de não haver alcançado o objetivo proposto na totalidade, surtiu grande efeito no âmbito da Polícia Federal.
Durante a última greve ocorreu muita coisa. Em muitos locais, a greve revelou o nascimento de algumas lideranças e o enterro de outras. Mas isso não importou muito, já que o movimento foi uníssono até onde foi possível conduzir. Para os grevistas, o reforço da consciência de luta e de que, unidos, a gente podia seguir adiante e alcançar os nossos objetivos. Aos que optaram por trabalhar, cremos que o fizeram de maneira íntegra, profissional e coerente com a norma constitucional.
Como todo o País pôde assistir, fizemos greve e não desrespeitamos a nossa Carta Magna. É certo que a “politicagem” venceu, mas nós não perdemos. Tivemos muitas lições e acreditamos que hoje estamos mais fortes e experientes.
Convivemos e aprendemos a respeitar todas as “ideologias”. Já não podem nos enganar, pois conhecemos no “dia a dia” policial quem é trabalhador, quem é oportunista, quem é importante e quem, na verdade, merece crédito.
Parabéns a todos que foram merecedores das congratulações. Estranhamos, no entanto, que entre tantos policiais que trabalharam durante a greve, mereceram elogios somente aqueles cujas operações tiveram desfecho logo após o encerramento do movimento. E aqueles anônimos que ainda hoje tocam as suas operações com obstinação e paciência, por acaso não são merecedores do tal elogio em grupo?
Por uma questão de justiça, nós que fazemos o Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal esperamos que os elogios virem rotina no cotidiano policial federal, como forma de reconhecimento pelo trabalho que cada um desenvolve na instituição. Queira Deus não seja apenas um ato oportunista para evidenciar ainda mais a cizânia entre as categorias.
Cláudio Avelar
Presidente do Sindipol/DF
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