Ministro anuncia afastamento de empresa de segurança contratada para Rio-16
Por Vinicius Konchinski do UOL, no Rio de Janeiro
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou nesta sexta-feira (29) que a empresa Artel Recursos Humanos, contratada para prestar serviços de segurança durante os Jogos Olímpicos do Rio-2016, foi afastada.
A companhia seria responsável por fazer a revista e o controle de entradas e acessos em instalações olímpicas. Segundo Moraes, entretanto, ela não apresentou os 3.400 funcionários que deveriam assumir essa missão.
Agora, esse trabalho deverá ser feito por cerca de 3.000 polícia militares da ativa e aposentados que serão contratados pela Força Nacional de Segurança. Uma medida provisória autorizando a contratação dos aposentados há até cinco já foi publicada pelo governo federal.
“A Força Nacional incorporou mais uma missão a partir de agora: é o controle dos portais, dos raios-x e também dos acessos das arenas esportivas. Isso já que a empresa licitada lamentavelmente não cumpriu com os deveres contratuais”, explicou o ministro. “A segurança será feita 100% pela Força Nacional.”
“Nos já havíamos, há três semanas, pedido uma medida provisória autorizando a Força Nacional a contratar inativos [aposentados]”, continuou Moraes. Segundo o ministro, esses polícias já estavam sendo cadastrados e recebendo orientações para assumir a lacuna deixada pela Artel.
O ministro negou prejuízos à segurança dos Jogos. Ressaltou ainda que a Artel será responsabilizada pelo problema causado ao governo federal. “Com esse abandono contratual, a empresa será multada e responsabilizada, não só pela incompetência. É irresponsabilidade”.
Pequena empresa em área estratégica
A Artel, de Santa Catarina, assinou em junho um contrato de R$ 21 milhões com a Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos) para operar os aparelhos de raios-X nas entradas de instalações olímpicas. A empresa, porém, nunca trabalhou na organização de grandes eventos nem tem expertise em segurança.
No último sábado (23), dia em que a empresa deveria assumir a segurança na entrada das arenas, as filas para revista de jornalistas na entrada dos centros de mídia chegaram a durar 40 minutos. Já na segunda-feira (25), o Comitê Organizador Rio-2016 empregou funcionários de outra empresa, a Sunset Vigilância, para controlar os acessos às instalações olímpicas.
Moraes disse que a Artel havia cumprido todas as exigência do governo antes de ser contratada. A companhia já havia cadastro funcionários que trabalhariam na Olimpíada. Nesta semana, alegou problemas financeiros e acabou não cumprindo com suas obrigações.
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