Polícia Federal vai indiciar hoje, por corrupção passiva e fraude em licitações, o ex-chefe do Departamento de Contratação e Aquisição de Material da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) Maurício Marinho. Também podem ser indiciados o diretor afastado de Administração, Antônio Osório, e o assessor Fernando Godoy, que são citados por Marinho como integrantes de um esquema de corrupção em licitações. Os três prestarão depoimentos hoje à PF e ao Ministério Público Federal. Ontem, a PF realizou operações de busca e apreensão nas casas e nos gabinetes ocupados pelos três na sede dos Correios. Numa operação que reuniu 28 policiais, foram recolhidos computadores, documentos e agendas em Brasília e em Salva. O juiz Cloves Siqueira, da 10ª Vara da Justiça Federal, autorizou as buscas, mas negou a concessão do pedido de prisão temporária dos envolvidos nas denúncias de corrupção. A PF e o Ministério Público alegaram que a prisão evitaria que os acusados sumissem com documentos que comprovassem irregularidades
O juiz argumentou que as prisões seriam desnecessárias, porque as buscas e apreensões bastariam para preservar as provas. Os investigadores consideram que as provas mais robustas devem estar nos gabinetes dos ex-servidores, porque os Correios lacraram as salas que eram ocupadas por eles desde a segunda-feira da semana passada
Marinho, que aparece numa gravação de vídeo recebendo R$ 3 mil de supostos empresários, será indiciado por corrupção passiva (pena de um a oito anos) e por “frustrar ou fraudar caráter competitivo em licitação” (pena de dois a quatro anos), como prevê o artigo 90 da Lei de Licitações. Os investigadores anteciparam que não poderão indiciar os outros dois envolvidos nas denúncias com base apenas nas gravações de Marinho. Mas acrescentaram que, durante os depoimentos, poderão surgir informações que justifiquem o indiciamento. Marinho será ouvido às 9h na sede da PF. Godoy vai prestar depoimento no mesmo local, às 14h. O depoimento de Osório será em Salvador.
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