O caso do “mensalão” – um esquema de pagamento de mesadas de R$ 30 mil que, segundo o deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, teriam sido pagas a parlamentares da base aliada do governo pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares –, é tema de reportagem do jornal The New York Times nesta terça-feira. Segundo o diário americano, o esquema é o desdobramento “do que começou como um escândalo comum de propina”, e que tornou-se “uma crise muito maior e potencialmente mais séria”.
O diário lembra a entrevista concedida por Jefferson na semana passada, na qual o deputado diz que o governo “sempre soube de tudo”, e que “importantes autoridades no PT” tomaram parte ativamente no esquema do “mensalão”.
A reportagem é do jornalista americano Larry Rohter – que ficou conhecido no Brasil pela reportagem, publicada no ano passado, sobre o suposto hábito de beber do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pela qual chegou a ser quase banido do Brasil.
“A crise resultante é a pior a atingir o governo Lula desde que ele tomou posse em janeiro de 2003, prometendo o governo mais honesto e ético da história brasileira”, lembra o “NYT”. “A avalanche de acusações de corrupção enfraqueceram tanto a posição do presidente que políticos e comentaristas começaram a especular abertamente sobre impeachment”.
O diário americano, no entanto, lembra que Jefferson disse não poder apresentar provas, mas que promete “dizer tudo” sobre o caso nesta terça-feira, quando será ouvido na Comissão de Ética da Câmara. “O sistema político do Brasil torna quase impossível que um único partido tenha a maioria no Congresso”, diz a reportagem. “Como resultado, Lula tem tido que negociar coalizões com vários ‘partidos de aluguel’ menores, cuja ideologia é nebulosa e cujo principal interesse parecem ser mamatas e favores políticos”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, em seu programa quinzenal de rádio, “Café com o presidente”, ficar “indignado” com casos de desvio de recursos públicos e que a investigação das denúncias não deixará “pedra sobre pedra”.
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