A ex-secretária da SMP&B Comunicação, Fernanda Karina Ramos Somaggio, afirmou nesta terça-feira que mentiu à Polícia Federal porque foi ameaçada. Fernanda Karina é acusa o empresário Marcos Valério de Souza de efetuar pagamentos para o suposto esquema do “mensalão” para a revista IstoÉ Dinheiro. Em entrevista ao Jornal Nacional, ela disse que um motoqueiro parou o seu carro em um cruzamento em Belo Horizonte e disse que se ela falasse a verdade no depoimento estaria colocando em risco a vida de seu marido e seus filhos.
A ex-secretária reafirmou agora as declarações que fez à revista. Segundo ela, malas de dinheiro saíam da agência SMP&B. Ela afirma que nunca foram citados nomes, mas é certo que as malas iam para Brasília. “É possível que o dinheiro fosse para o pagamento do mensalão”, afirma. Segundo Fernanda, Marcos Valério tinha o hábito de fazer vários saques em dinheiro antes de se reunir com os políticos. O dinheiro que retirado pelo empresário seria mobilizado pelo banco Rural, que também financiava o transporte para as reuniões. O tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também participava dessas reuniões. “Foi do dia pra noite que o Sr. Marcos começou a andar com o Sr. Delúbio e eles ficaram amigos”, disse. O publicitário também teria contatos com José Dirceu e se encontrava regularmente com a cúpula do PT, em hotéis, em Brasília ou em São Paulo. Marcos Valério, segundo Fernanda, também tinha estreitas relações com o ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha. “Não eram conversas abertas”, ressalta ela.
As acusações de Fernanda incluem relações da empresa de publicidade com a Empresa Nacional de Correios e Telégrafos (ECT). Ela afirma que, em algumas licitações da empresa SMP&B com os Correios, parecia que a empresa já sabia que venceria a licitação. “Antes de sair o resultado, a conta para empresa já estava pronta e houve até uma festa marcada”, disse.
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