Menos de 72 horas depois de criada, a frente parlamentar Pelo Direito à Legítima Defesa, que defenderá a manutenção do comércio de armas no país durante a campanha para o referendo que discutirá o tema, enfrenta a primeira dissidência. O vice-presidente da chapa, deputado Luiz Antônio Fleury (PTB-SP), pretende formalizar a saída na próxima semana, quando retornar a Brasília. “Estou fora”, disse o parlamentar, inconformado por não ter sido escolhido para presidir a frente.
Em recuperação por causa de uma cirurgia na hérnia, Fleury contrariou a orientação médica e veio para a capital na semana passada com a esperança de ser aclamado presidente da frente. Diz ter tentado, sem sucesso, se encontrar com o deputado Alberto Fraga (PFL-DF), que, sem informar ninguém, registrou a chapa e se escolheu presidente. “O que esse cidadão fez não foi correto. Com essa autonomeação, ele deu um golpe nos colegas e um tiro nas próprias costas”, conta Fleury, que só admite rever a posição se Fraga desistir da presidência.
Para o deputado Alberto Fraga, a saída de Fleury não compromete o desempenho da frente. “Não faz diferença. Se ele quer sair, que saia”, afirma. “É uma tradição que quem propõe a frente a presida”, justifica. Ele nega ter evitado se encontrar com Fleury e diz que, na última quinta-feira, um dia antes de as frentes terem sido registradas, conversou com o ex-governador de São Paulo. Fleury o teria lembrado dos cargos que já ocupou e dito que tinha mais peso do que o deputado de Brasília. “Concordei com ele. Ele não só foi governador de São Paulo como tem um Carandiru nas costas. Isso dá mesmo mais projeção”, provoca Fraga, referindo-se ao massacre de 111 presos ocorrido durante a gestão de Fleury.
Previsto no Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003, o referendo é o primeiro da história do país. Depois de um ano em tramitação na Câmara, o projeto sobre a consulta popular provocou muita discussão entre os grupos que defendem e os que condenam a venda de armas. Os dois grupos constituiram duas frentes parlamentares.
A favorável à proibição recebeu o nome de Por um Brasil Sem Armas e é liderada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
“APOLOGIA À GUERRA”
O publicitário Djalma Batigalhia protocolou no Ministério Público em Ribeirão Preto (SP), uma representação contra a Telefônica devido a um cartão telefônico que está sendo vendido pela empresa. Batigalhia considerou a imagem e as frases com teores bélicos, referentes ao conflito dos Estados Unidos contra o Iraque, impressos no cartão, uma apologia à violência, à guerra e à intolerância racial. O publicitário pediu a apreensão do restante dos cartões no estado e uma punição à empresa. A Telefônica informou que vai aguardar uma possível manifestação do Ministério Público para esclarecer o caso. O cartão , da série História do Mundo, fabricado em junho deste ano, tem tiragem de 200 mil exemplares
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