A Polícia Federal apreendeu em Minas Gerais ao menos dois veículos que teriam sido comprados com o dinheiro levado no último final de semana do Banco Central em Fortaleza (CE) –o maior assalto do país. Cerca de R$ 1 milhão foi encontrado nos carros, de acordo com levantamento inicial.
A assessoria de imprensa da PF em Fortaleza afirma ter recebido a informação que, no sábado, carros foram comprados em dinheiro em uma concessionária. Eles seriam transportados em um caminhão cegonheira, possivelmente, para São Paulo.
Com base nas investigações, o caminhão foi interceptado na noite de quarta-feira (10), em Minas. A polícia confirma que ao menos dois dos veículos transportados teriam ligação com o assalto. Duas pessoas foram detidas e encaminhadas para depoimento. Outros suspeitos já teriam sido identificados.
Na noite de terça-feira (9), a polícia encontrou em um estacionamento em Fortaleza a van que teria sido usada pela quadrilha para transportar parte da terra retirada para a construção do túnel que ligava uma casa à caixa-forte do Banco Central e também para o transporte do dinheiro. No total, foram levados R$ 150 milhões.
No veículo, estacionado desde sábado, foram encontrados um pacote com R$ 5.000, em notas de R$ 50 e com o lacre do Banco Central, outras sete cédulas de R$ 50 soltas e mais R$ 1,50, o que soma R$ 5.351,50. Foram recolhidos mais de 20 fragmentos de impressões digitais.
Fuga
Para a PF, pela movimentação dos ladrões, eles devem ter terminado o furto entre as 10h e as 12h do sábado. Assim, tiveram mais de 40 horas para fugir, já que a polícia só foi informada do crime na segunda, às 8h, quando a caixa-forte foi reaberta.
Uma empilhadeira atrapalhou a visibilidade do circuito interno de câmeras da caixa-forte, afirma a polícia.
O equipamento, usado para levantar e movimentar blocos de dinheiro no cofre, foi deixado, no final do turno da sexta passada, justamente num local em que não era possível ver o arrombamento feito no piso para a entrada dos ladrões.
A informação reforça a hipótese da PF de que alguém do próprio banco tenha participado da ação.
Não há imagens gravadas do assalto. O circuito de câmeras da caixa-forte, formado por três aparelhos, apenas filmava, não gravava nada, mas deveria estar sendo monitorado por um vigia dentro da sede do banco. O BC determinou a abertura de uma sindicância interna para investigar o caso.
Um livro com mapas do subsolo de ruas de Fortaleza, com indicações sobre o sistema de água, esgoto e telefone, incluindo a área onde fica o BC, foi encontrado na casa alugada pela quadrilha.
Grandes assaltos
Antes, o maior assalto a banco do país havia sido registrado em julho de 1999, quando 15 homens assaltaram uma agência do Banespa localizada no centro de São Paulo e levaram, em valores atualizados, cerca de R$ 70 milhões.
Em julho de 1990, o Banco Central em Salvador foi alvo de uma quadrilha que levou o equivalente a R$ 53 milhões. No ano seguinte, o assalto ocorreu no Banco Central em Recife, e os ladrões levaram quase R$ 28 milhões.
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