As comemorações do Sete de Setembro foram marcadas em todo o país pelos mais diferentes tipos de protesto, principalmente contra a corrupção que afeta a ética do governo federal e envolve parlamentares de diversos partidos, seja da base aliada ou da oposição. A monotonia do desfile militar alusivo ao Dia da Independência do Brasil ficou em plano secundário nas principais capitais brasileiras.
Em São Paulo, maior cidade do país, os protestos foram dirigidos tanto ao governador tucano Geraldo Alckmin quanto ao presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, ambos ausentes do sambódromo do Anhembi. As manifestações contra o governo estadual ficaram por conta dos estudantes das universidades públicas e dos funcionários da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem).
Estudantes do curso de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo (USP) protestaram contra o veto de Alckmin ao aumento de verbas para a educação. O Sindicato dos Funcionários da Febem exigia do governo estadual o cumprimento de decisão judicial de reintegração 1.751 servidores demitidos em fevereiro.
Um terceiro grupo, que não explicitou ligação com movimentos ou partidos políticos, dirigiu suas críticas ao governo do presidente Lula, referindo-se aos escândalos de corrupção em Brasília. Lula, que papelão, tirar do povo para pagar o mensalão, protestaram. “Fora Lula” e “Fora Severino” diziam os cartazes conduzidos por cerca de 200 jovens que realizaram passeata contra a corrupção e a impunidade, no trajeto entre o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e o Parque do Ibirapuera.
Excluídos
O 11º Grito dos Excluídos reuniu cerca de cinco mil pessoas em Aparecida, no Vale do Paraíba. Além de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), participaram representantes de pastorais sociais da Igreja Católica e o presidente nacional do MST João Pedro Stédile. O grito não é um protesto apenas. É um processo de conscientização dos povos. Para que os brasileiros se mobilizem, se organizem em busca de mudanças na política social e econômica e não esperem só dos governos, afirmou Stédile.
Com bandeiras do MST, faixas, cartazes e gritos de guerra por mais justiça social, tomaram a praça da basílica. Basta de corrupção, queremos punição, ética e transparência, gritavam. O ato foi encerrado com uma missa celebrada pelo arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis.
No Rio de Janeiro, tão logo acabou o desfile militar em comemoração ao Sete de Setembro na Avenida Presidente Vargas, manifestantes do chamado Grito dos Excluídos ocuparam uma das pistas com uma passeata. Cerca de 300 pessoas, com faixas e bandeiras, protestaram contra a corrupção, pediram prioridade para políticas sociais e mudanças na política econômica.
Houve também manifestações em favor do presidente Lula. Participaram do ato representantes do MST, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), de partidos políticos, lideranças comunitários de favelas e grupos indígenas. O desfile de quatro mil militares e três mil civis reuniu pouco espectadores por causa da chuva fina. Nem a governadora Rosinha Matheus compareceu.
Em Alagoas, dois mil integrantes do MST, militantes de partidos de esquerda e sindicalistas participaram Grito dos Excluídos. Com faixas e cartazes, gritando palavras de ordem pela reforma agrária, a multidão foi engrossada por pessoas do povo que foram assistir ao desfile militar em comemoração do Dia da Independência, na orla da Pajuçara Os manifestantes pouparam críticas ao presidente Lula, mas exigiram punição para os políticos corruptos, envolvidos com o escândalo do mensalão e investigados pelas CPIs.
Militares, estudantes e os que se consideram excluídos fizeram protestos no desfile cívico na Rua Cândido de Abreu, no centro de Curitiba. Os manifestantes do Grito dos Excluídos protestaram contra o desemprego, a lentidão da reforma agrária e a política econômica. Em frente ao palanque das autoridades foram colocados vários cartazes de militares pedindo reajuste salarial. Lulla passará como passaram Collor e FHC. Mas as Forças Armadas não passarão, dizia um deles.
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