Depois de dois anos de investigação, a Polícia Federal desarticulou uma quadrilha de tráfico internacional de drogas e apreendeu 2 toneladas de cocaína, a maior quantidade já encontrada no estado. A droga avaliada em US$ 70 milhões foi achada em um galpão no Mercado São Sebastião, na Penha, dentro de bucho bovino que seria exportado para Portugal, de navio, dentro de 30 dias. Durante a Operação Caravelas, sete pessoas foram presas, entre elas o empresário José Antônio de Palinhos Jorge Pereira, que a Polícia Federal afirma ser dono das redes de restaurantes Satyricon e de pizzarias Capricciosa. Bruno Leopardi, que está à frente das empresas, nega a acusação e mostrou ontem que o nome do acusado não aparece no quadro de sócios dos contratos sociais.
Empresário diz ter rompido com acusado em 1997
Palinhos foi sócio do dono dos dois restaurantes, o italiano Vladimiro Leopardi — que é padrasto de Bruno — nas empresas Chef Market Comércio Internacional Ltda. e no Frigorífico Mirhaggio Ltda., no período de 1994 a 1997. Vladimiro disse que rompeu a relação comercial com Palinhos devido a uma total incompatibilidade de comportamento moral. Ele contou que há cerca de 17 anos tinha uma empresa chamada Brasfish que exportava para uma empresa de Palinhos em Lisboa. Depois, ele veio para o Brasil e se tornou sócio de Vladimiro no Frigorífico Mirhaggio. Segundo Vladimiro, o ex-sócio costumava aparecer em seus restaurantes e, embora não gostasse, não podia proibi-lo.
— Coloquei cada tijolo e cada prato nesses restaurantes. Eles são fruto do meu esforço em 22 anos de trabalho — disse Vladmiro.
Rodrigo Palinhos, filho do empresário preso, trabalhou até dois meses atrás como consultor na Capricciosa. Ontem, Bruno Leopardi disse que não tinha como localizá-lo.
Quilo da droga era comprado a US$ 4 mil
Palinhos também foi sócio, até 1997, de outro preso na operação da PF, Rocine Galdino de Souza, na empresa Eurofish Comércio de Pescado Ltda., que tinha sede em Botafogo. Para a Polícia Federal, José Antônio de Palinhos é o financiador da quadrilha. O quilo da droga era comprado por cerca de US$ 4 mil e vendido em Portugal por US$ 35 mil. O delegado regional executivo da PF, Roberto Prel, disse que a próxima etapa da investigação estará voltada para os crimes de lavagem de dinheiro e envio de recursos para o exterior.
A Operação Caravelas está sendo realiza pela PF de Brasília, com apoio de Rio e São Paulo. Os mandados de prisão foram expedidos pela 11 Vara Federal de Goiás. De acordo com a PF, os presos seriam ouvidos ainda na noite de ontem na Delegacia de Repressão a Entorpecentes e levados depois para a Polinter.
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