A Justiça Federal aceitou ontem a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra seis pessoas envolvidas no roubo de R$ 164,7 milhões do Banco Central em Fortaleza, no primeiro fim de semana de agosto. Com a decisão, na quarta-feira tem início o processo, com o interrogatório dos três réus, que será feito pelo juiz Danilo Fontenelle.
Também foram divulgadas ontem imagens de suspeitos, feitas no aeroporto Pinto Martins, embarcando para São Paulo no dia 7 de agosto, ou seja, um dia antes da descoberta do ataque ao BC. Com a divulgação das imagens, a polícia tenta capturar o restante da quadrilha. Dos R$ 164,7 milhões roubados foram recuperados apenas 3%. Foi o maior roubo a banco no Brasil e o segundo no mundo. As imagens mostram que os assaltantes passaram pelo menos 24 minutos despachando as bagagens, onde estaria parte do dinheiro roubado.
Dos seis réus, três estão presos desde o dia 11 de agosto, na carceragem da Polícia Federal, no Ceará. Os advogados dos irmãos José Elizomarte e Francisco Dermival Fernandes Vieira, donos da revenda de carros Brilhe Car, deram entrada em novo pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O primeiro pedido, feito ao Tribunal Regional Federal em Recife, foi negado.
Também está preso na PF o empresário José Charles Machado de Morais, dono da JE Transportes. Três suspeitos estão foragidos, entre eles o irmão de Charles, Marcos Rogério Machado, conhecido como Cabeção, e Antonio Jussivan, o Alemão. De acordo com o diretor da Secretaria da 11ª Vara da Justiça Federal, Agnor Júnior, os réus Alemão e Cabeção são acusados de furto qualificado, formação de quadrilha, uso de documento falsos e lavagem de dinheiro. Os irmãos Fernandes e Charles respondem apenas por lavagem de dinheiro.
O homem que usava o falso nome de Paulo Sérgio de Souza não foi denunciado porque a PF ainda não conseguiu descobrir a sua verdadeira identidade. Foi ele quem abriu a empresa de fachada Grama Sintética, de onde partiu o túnel de 80 metros utilizado para levar o dinheiro do BC.
O relatório do MPF não descarta a participação de funcionários do banco no roubo. De acordo com o documento, um técnico de eletrônica da empresa que presta serviço ao BC, há 23 anos, informou que o sistema de alarme era dotado de cinco câmeras e de oito a dez sensores de impacto nas paredes externas e teto. Não havia, no entanto, sensores no piso.
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