Seis agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal do Rio e um “X-9” (informante) foram acusados pelo escrivão Fábio Kahir de integrarem uma quadrilha que desviava droga apreendida pela PF para traficantes dos morros, além de cometer outros crimes. Kahir está preso e sob proteção depois de denunciar policiais federais por envolvimento em crimes. Como revelou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO de ontem, em apenas um dos casos investigados os policiais federais teriam em 2004 negociado por R$ 200 mil, segundo Fábio, cerca de 50 quilos de cocaína retirados da DRE com os traficantes de drogas da Vila Vintém. O dinheiro foi repartido entre os policiais. O escrivão admitiu ter recebido R$ 30 mil. Um advogado também teria recebido uma parte do dinheiro. Os nome dele é mantido em sigilo pela Polícia Federal.
Os seis policiais – Marcos Paulo da Silva Rocha, André Campos, Clóvis Bahouin Mello Neto, Marcel Hamada Grezes, Ivan Maués e Adilson Álbio Vieira – já estão presos. Segundo Fábio, esses agentes faziam parte da equipe Alfa da DRE. Eles negam as acusações. No depoimento prestado na sexta-feira passada à Justiça Federal, o escrivão diz ainda que a equipe Alfa roubava dinheiro e outros bens durante as operações da PF. Essas ações eram conhecidas entre eles como “correrias” e os bens roubados tratados como “espólio de guerra”.
Segundo Fábio, esses roubos realizados durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça eram práticas comuns e de conhecimento de outros agentes da DRE do Rio. Fábio decidiu colaborar com a polícia para obter o benefício da delação premiada (a pena é reduzida em troca de informações). A PF não quis se pronunciar porque o depoimento do escrivão está sob segredo de Justiça.
Policiais procuram informante acusado
Dos roubos e saques denunciados em depoimento por Kahir, participava ainda um informante (“X-9”) que integrava a equipe durante as operações, com colete da Polícia Federal e muitas vezes usando arma da instituição. A presença do informante na DRE era de conhecimento dos delegados que comandaram a delegacia nas duas últimas gestões, mas o escrivão não soube dizer se eles tinham conhecimento das operações ilegais. Por sua participação nas operações da equipe Alfa, o grupo ficou conhecido na PF do Rio como Equipe Sete por causa do número de integrantes. O informante que seria morador de um morro no Rio teve uma irmã morta por traficantes. Ele está sendo procurado pela Polícia Federal.
Fábio Kahir, embora estivesse lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) desde 2003, contou que começou a participar do rateio do dinheiro obtido com o desvio de cocaína da DRE em 2004. Foi chamado pelos agentes federais Ivan Maués, André Campos e Bahouin. No início, o policial explicou que eles iriam aplicar um golpe conhecido como “gabiru” (venderiam cocaína misturada como se fosse pura) nos traficantes da Vila Vintém. Como ele era o chefe do cartório, foi convencido a entregar uma parte da droga guardada no cofre da delegacia aos colegas federais.
O escrivão disse em detalhes como teria ocorrido o desvio de 50 quilos de cocaína no fim de 2004. Depois de retirar a droga da sala-cofre, Fábio contou ter usado seu carro para transportá-la até um posto de gasolina na Praça da Bandeira. Lá a cocaína teria sido posta no carro do agente Maués. A droga então teria sido entregue a um advogado e levada para a casa de mãe do agente Maués. Com a venda aos traficantes, os policiais receberam R$ 200 mil em dinheiro. Ainda em seu depoimento, o escrivão garantiu que a venda de “gabiru” (mistura de cocaína com outros produtos) é conduta comum também entre policiais civis e militares que chegam a utilizar sabão de coco em pó para enganar os traficantes nos morros.
A existência de uma quadrilha de policiais atuando na PF do Rio foi admitida pelo delegado Paulo Lacerda, diretor-geral da PF, na semana passada. Os policiais, segundo Lacerda, teriam participação em roubos, arrombamentos e assassinatos. Ainda segundo informou Lacerda, três dos agentes presos têm patrimônio incompatível com os rendimentos declarados. Um dos policiais seria dono de três empresas. Outro mora num confortável apartamento na Barra.
Como O GLOBO noticiou ontem, as novas acusações são parte de um longo depoimento à Justiça fede Seis agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal do Rio e um “X-9” (informante) foram acusados pelo escrivão Fábio Kahir de integrarem uma quadrilha que desviava droga apreendida pela PF para traficantes dos morros, além de cometer outros crimes. Kahir está preso e sob proteção depois de denunciar policiais federais por envolvimento em crimes. Como revelou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO de ontem, em apenas um dos casos investigados os policiais federais teriam em 2004 negociado por R$ 200 mil, segundo Fábio, cerca de 50 quilos de cocaína retirados da DRE com os traficantes de drogas da Vila Vintém. O dinheiro foi repartido entre os policiais. O escrivão admitiu ter recebido R$ 30 mil. Um advogado também teria recebido uma parte do dinheiro. Os nome dele é mantido em sigilo pela Polícia Federal.
Os seis policiais – Marcos Paulo da Silva Rocha, André Campos, Clóvis Bahouin Mello Neto, Marcel Hamada Grezes, Ivan Maués e Adilson Álbio Vieira – já estão presos. Segundo Fábio, esses agentes faziam parte da equipe Alfa da DRE. Eles negam as acusações. No depoimento prestado na sexta-feira passada à Justiça Federal, o escrivão diz ainda que a equipe Alfa roubava dinheiro e outros bens durante as operações da PF. Essas ações eram conhecidas entre eles como “correrias” e os bens roubados tratados como “espólio de guerra”.
Segundo Fábio, esses roubos realizados durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça eram práticas comuns e de conhecimento de outros agentes da DRE do Rio. Fábio decidiu colaborar com a polícia para obter o benefício da delação premiada (a pena é reduzida em troca de informações). A PF não quis se pronunciar porque o depoimento do escrivão está sob segredo de Justiça.
Policiais procuram informante acusado
Dos roubos e saques denunciados em depoimento por Kahir, participava ainda um informante (“X-9”) que integrava a equipe durante as operações, com colete da Polícia Federal e muitas vezes usando arma da instituição. A presença do informante na DRE era de conhecimento dos delegados que comandaram a delegacia nas duas últimas gestões, mas o escrivão não soube dizer se eles tinham conhecimento das operações ilegais. Por sua participação nas operações da equipe Alfa, o grupo ficou conhecido na PF do Rio como Equipe Sete por causa do número de integrantes. O informante que seria morador de um morro no Rio teve uma irmã morta por traficantes. Ele está sendo procurado pela Polícia Federal.
Fábio Kahir, embora estivesse lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) desde 2003, contou que começou a participar do rateio do dinheiro obtido com o desvio de cocaína da DRE em 2004. Foi chamado pelos agentes federais Ivan Maués, André Campos e Bahouin. No início, o policial explicou que eles iriam aplicar um golpe conhecido como “gabiru” (venderiam cocaína misturada como se fosse pura) nos traficantes da Vila Vintém. Como ele era o chefe do cartório, foi convencido a entregar uma parte da droga guardada no cofre da delegacia aos colegas federais.
O escrivão disse em detalhes como teria ocorrido o desvio de 50 quilos de cocaína no fim de 2004. Depois de retirar a droga da sala-cofre, Fábio contou ter usado seu carro para transportá-la até um posto de gasolina na Praça da Bandeira. Lá a cocaína teria sido posta no carro do agente Maués. A droga então teria sido entregue a um advogado e levada para a casa de mãe do agente Maués. Com a venda aos traficantes, os policiais receberam R$ 200 mil em dinheiro. Ainda em seu depoimento, o escrivão garantiu que a venda de “gabiru” (mistura de cocaína com outros produtos) é conduta comum também entre policiais civis e militares que chegam a utilizar sabão de coco em pó para enganar os traficantes nos morros.
A existência de uma quadrilha de policiais atuando na PF do Rio foi admitida pelo delegado Paulo Lacerda, diretor-geral da PF, na semana passada. Os policiais, segundo Lacerda, teriam participação em roubos, arrombamentos e assassinatos. Ainda segundo informou Lacerda, três dos agentes presos têm patrimônio incompatível com os rendimentos declarados. Um dos policiais seria dono de três empresas. Outro mora num confortável apartamento na Barra.
Como O GLOBO noticiou ontem, as novas acusações são parte de um longo depoimento à Justiça federal do Rio, prestado na sexta-feira pelo escrivão Fábio Kahir. Segundo ele, o roubo de R$ 2 milhões em euros, dólares e reais da PF foi praticado pelo agente federal Marcos Paulo da Rocha, da Delegacia de Dia. O policial, que é acusado ainda de assassinar duas pessoas na Barra (juntamente com Fábio), teria contado com a ajuda de Ubirajara Saldanha Maia, o Bira, outro “X-9”, que também está preso. O dinheiro que ainda não foi encontrado havia sido apreendido mês passado na Operação Caravelas que desbaratou uma quadrilha de tráfico.
ral do Rio, prestado na sexta-feira pelo escrivão Fábio Kahir. Segundo ele, o roubo de R$ 2 milhões em euros, dólares e reais da PF foi praticado pelo agente federal Marcos Paulo da Rocha, da Delegacia de Dia. O policial, que é acusado ainda de assassinar duas pessoas na Barra (juntamente com Fábio), teria contado com a ajuda de Ubirajara Saldanha Maia, o Bira, outro “X-9”, que também está preso. O dinheiro que ainda não foi encontrado havia sido apreendido mês passado na Operação Caravelas que desbaratou uma quadrilha de tráfico.
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