O Brasil foi o país que registrou a maior queda na confiança da população em seu governo nos últimos dois anos, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Fórum Econômico Mundial. Em janeiro de 2004, o estudo mostrava que confiança dos brasileiros em seu governo atingia 8 pontos positivos, mas esse índice despencou para 56 pontos negativos, ou seja, houve uma queda de 64 pontos.
O levantamento constatou também um declínio da confiança do público brasileiro nas empresas nacionais e multinacionais, na Organização das Nações Unidas (ONU) e nas organizações não-governamentais (ONGs). O estudo, realizado entre junho e agosto pela empresa GlobeScan, coincidiu com o surgimento da crise política e também com o desaquecimento econômico registrado pelo País no terceiro trimestre. O estudo mostra uma queda generalizada da confiança no governo nos 16 países pesquisados, com exceção da Rússia, que vem apresentando uma tendência positiva desde que o levantamento começou a ser realizado, em 2001. A confiança da população nas autoridades também declinou acentuadamente na Coréia do Sul (-50 pontos), México (-50), Canadá (-45), Espanha (-45), Argentina (-31) e Estados Unidos (-26). Apenas em quatro países há mais cidadãos que confiam em seus governos do que não confiam. Os italianos, indonésios e franceses mantiveram um nível de confiança próximo ao constatado há dois anos. A China, incluída no levantamento neste ano, registra uma expressiva confiança do público em suas autoridades – de 65 pontos positivos. A confiança dos brasileiros em empresas multinacionais, que há dois anos registrava 21 pontos negativos, piorou, atingindo 30 pontos negativos. Em relação às empresas nacionais, a queda foi ainda mais acentuada e foi a maior entre todos os países pesquisados, de 18 pontos positivos para 28 negativos. A confiança do público brasileiro nas Nações Unidas declinou de 8 pontos positivos para 9 negativos e, nas organizações não-governamentais, de 30 para 4 pontos. Para a elaboração da pesquisa, foram entrevistadas 20.791 pessoas em 20 países. Elas foram questionadas sobre o quanto confiavam em cada instituição “para operar nos melhores interesses da sociedade” |
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