O Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul lamenta abordar certos assuntos, mas faz parte do nosso trabalho – é uma das nossas atribuições criticar a volta de comportamentos reprováveis que pensávamos estarem extintos entre nós. Desta vez somos obrigados a tratar de algo patético, medíocre. Estávamos convictos de que certas atitudes faziam parte de uma triste época que, infelizmente, alguns teimam
O assunto patético e medíocre a que nos referimos é nosso velho conhecido. A administração da Superintendência Regional do DPF no Rio Grande do Sul tenta obrigar policiais federais de nível superior a usar o tratamento de “doutor” quando se referirem a delegados de polícia. O Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul deplora o retorno dessa constrangedora discussão. Quando é que vão entender que “doutor” não é forma de tratamento, e sim título acadêmico? Será que é tão difícil compreender que a Academia Nacional de Polícia não dá título de doutor para ninguém? Será que não é suficiente usarem o “doutor” entre eles…?
Lamentamos que isso esteja acontecendo. Acreditávamos que a direção atual da SR/RS tivesse revisto seus métodos, tivesse reavaliado esse tipo de comportamento. O tempo tem o poder de mudar certas pessoas – parece que não é o caso, pois o tempo, desta vez, foi derrotado. É evidente que a redenção não chegou. Qualquer um pode ver que, se foram mudados alguns métodos, a arrogância intimidatória continua a mesma….
O SINPEF/RS não aceitará passivamente o retorno desse tipo de atitude. Não admitiremos a tentativa da (re)implantação desse tipo de cultura: corporativista, clientelista e servil. Queremos um projeto novo, em consonância com o momento da Polícia Federal atual, que tem seu trabalho reconhecido pela sociedade. A convicção simplória de que podem implantar um exasperado servilismo através de determinações arrogantes e autoritárias é algo inaceitável. Esse assunto precisa ser enterrado de vez. O tratamento exigido não será implantado através de imposições de quem quer que seja. Ele poderá ser conquistado por qualquer servidor público, mas nos bancos acadêmicos, basta querer e ter competência para tal.
Finalmente deixamos claro que reconhecemos alguns avanços levados a efeito pela atual direção. Mas, da mesma forma, enfatizamos: não pode haver retrocesso. O respeito precisa existir, mas ele é uma via de duas mãos… Somos servidores públicos regidos por leis e regulamentos. Em nenhum deles está escrito que delegados de polícia podem obter títulos acadêmicos de “doutor” por decreto, ou pior: por determinação de chefias. Precisa ficar claro que não são os lugares que dignificam as pessoas, é o contrário, são as pessoas que dignificam os lugares, que dignificam os títulos… Recomendamos a todos que não adotem o referido tratamento. Não existe lei que recepcione tal tipo de imposição. Se ela persistir, certamente o Sindicato procurará os meios legais para impedir que tais absurdos prosperem em nosso meio.
A Diretoria
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