A Polícia Federal vai criar neste ano dois centros de inteligência para concentrar informações que ajudem a combater o crime no Rio e em São Paulo. Nos próximos meses, a PF fará obras nas superintendências para abrigar o Centro de Informação Compartilhada sobre Crime Organizado (Cicor).
O novo órgão abrirá as portas da PF para autoridades federais, estaduais e municipais, que contarão com instalações e equipamentos adequados. Em uma área de mil metros quadrados haverá salas para trabalho individual e aparelhos como os de interceptação de escutas telefônicas, por exemplo.
Todos os dias, os agentes se reunirão numa área comum para trocar informações, de acordo com o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda. O Cicor será uma das últimas iniciativas do delegado, que deve deixar o cargo neste ano.
Ao lado dos policiais federais, serão convidados a ocupar posição no Cicor representantes das Polícias Civil e Militar dos dois Estados, guardas municipais, bombeiros e indicados das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Também serão convidados o Ministério Público e o Poder Judiciário, que poderão agilizar procedimentos para dar respaldo legal às investigações.
O plano de Lacerda é ter os centros de informação das duas cidades em funcionamento num prazo de seis meses. Em São Paulo, a PF cogitou abrigar o Cicor no antigo prédio da corporação, no centro, mas decidiu construir um pequeno anexo na sede da Lapa.
No Rio – onde a PF integra a cooperação do governo federal com a nova gestão estadual para conter a recente crise de segurança -, o Cicor vai ficar na sede da superintendência. A obra já tem até orçamento: R$ 19 milhões.
MELHORIAS
A criação do Cicor no Rio será o primeiro passo para dar à superintendência novas instalações. Atualmente, a sede regional funciona no antigo edifício da Imprensa Nacional, na Praça Mauá, centro. Só que o prédio está em péssimas condições e o fato de ser um imóvel tombado dificulta as reformas ou uma eventual demolição.
A PF quer a colaboração do novo governo do Rio para construir uma torre nos fundos do terreno da atual sede. Com entrada pela Avenida Venezuela, a torre abrigaria escritórios e laboratórios de criminalística, sem descaracterizar a fachada do edifício, voltada para a Avenida Rodrigues Alves. Para isso, bastaria que o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) autorizasse o “destombamento” da área de trás. O restante do edifício seria reformado.
A pedido do governador Sérgio Cabral, o novo secretário estadual de Cultura, Luiz Paulo Conde, visitou a superintendência. Arquiteto, Conde ficou surpreso com a degradação do edifício e disse que aprova a construção do anexo de cerca de 12 andares. A obra depende de aprovação do Inepac. Conde acredita que isso possa ser feito em até 90 dias.
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