Da Reportagem/Rondonópolis
O escrivão da Polícia Federal Ari Rodrigo Reis dos Santos, 27, matou a agente federal Fábia Alex Sandra Ramos, 35, dentro da sede da Polícia Federal de Rondonópolis. Depois de atirar na policial, ele se matou com um tiro na cabeça. O superintendente em exercício da PF em Mato Grosso, José Maria Fonseca, não descartou que o crime poderia ter sido motivado por estresse. O inquérito sobre o caso será instaurado pela Polícia Civil.
De acordo com Fonseca, a agente sairia do plantão para fazer uma refeição, por volta das 16h. Fábia estava dentro da viatura da PF. Até que o escrivão, no corredor, próximo ao veículo, atirou nela, na cabeça, e depois se matou com um tiro, também na cabeça, com uma arma 9 milímetros – utilizada para o trabalho pela corporação.
Segundo o também diretor executivo da Polícia Federal de Mato Grosso, não existe qualquer informação de desavença ou discussão entre os dois. “A gente ainda não sabe o que aconteceu, os peritos da PF e da Polícia Civil já fizeram o trabalho que deve ser feito. Vamos aguardar o resultado”, ressaltou Fonseca.
O inquérito sobre a causa, segundo a Polícia Federal, já foi instaurado pela Polícia civil. Mas o coordenador também em exercício do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC) não quis falar sobre as mortes, ocorridas dentro da sede da PF de Rondonópolis.
Ao ser questionado sobre o que levaria o escrivão Ari a matar Fábia, Fonseca afirmou que não teria uma resposta concreta, pois, segundo ele, estavam apenas os dois no local do crime. “O trabalho é estressante, há de se ter um controle. Mas um único fato pode fazer com que ele de repente se desequilibrasse. É uma hipótese”, declarou Fonseca, ao ser perguntado se o estresse poderia ter sido o motivo do crime. “É possível que o trabalho em grande volume tenha contribuído”.
Vão ser 30 dias para conclusão do inquérito, mas de acordo com José Maria Fonseca, o prazo pode ser prorrogado devido às investigações. “Nós vamos trabalhar juntamente com a Polícia Civil para que tudo seja esclarecido”.
Fonseca afirmou que o caso de um escrivão matar uma agente e depois se matar, dentro de uma sede da PF, é um caso inédito na Polícia Federal no país. “Um outro agente estaria chegando na hora do crime, foi uma ação imediata e fulminante”, recordou.
MOVIMENTO – O crime teria acontecido pouco depois das 16h. Uma hora e meia depois, chegou o marido de Fábia Alex Sandra Ramos, o também agente da Polícia Federal João Denis. Ele entrou pelo portão da frente, e antes de passar pela porta principal, foi revistado. Depois da arma de trabalho recolhida, foi contido por policiais federais e levado para dentro da sede.
As viaturas do Instituto Médico Legal (IML) e da perícia técnica chegaram às 17h45. Logo após, familiares de Fábia chegavam até a PF.
Os delegados da Polícia Civil Afonso dos Santos e Antonio Carlos Araújo também estiveram na sede e chegaram um pouco antes de um psicólogo.
Os corpos foram levados para o IML às 20h e a perícia técnica saiu da PF às 21h.
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