A Polícia Federal poderá entrar em greve caso o governo federal não cumpra o acordo salarial que prevê um reajuste de 30% a partir de janeiro. Em setembro passado, ficou acertado que o aumento dos salários seria em duas etapas. Uma imediata e a outra, no início deste ano. O salário inicial de um agente federal é de cerca de R$ 6 mil e deveria ser de R$ 7,8 mil a partir do início deste ano.
Além disso, tanto agentes como delegados, papiloscopistas, escrivães e peritos não querem a reestruturação da forma como tramita um projeto no Congresso Nacional. Ele prevê a extinção dos cargos de escrivão e papiloscopista.
“Primeiro fizemos duas horas de paralisação hoje (ontem). Na próxima semana, a comissão de negociação irá se reunir em Brasília. Caso não haja solução, não vamos fazer protestos relâmpagos não. Vamos cruzar os braços”, assegurou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Mato Grosso (Sinpef), Erlon José Brandão de Souza.
Ontem, das 9h às 11 horas, tanto delegados como os demais integrantes da Polícia Federal fizeram um protesto em frente à Superintendência, na avenida Rubens de Mendonça. “É na verdade um alerta às autoridades que querem desestruturar a Polícia Federal”, completou Erlon.
Segundo ele, com a extinção do cargo de escrivão, os que possuem estabilidade serão transformados em agentes federais e os que estão no estágio probatório, serão exonerados. “Temos hoje um efetivo de 111 profissionais, fora os delegados. Com essa proposta, serão 36 funcionários a menos”.
O delegado federal Renato Sayão, diretor da Associação dos Delegados da Polícia Federal, também não poupou críticas ao governo. Reclamou que existe hoje uma defasagem salarial entre delegados, juizes e procuradores da República.
“Hoje, um procurador da República tem salário inicial de R$ 21,5 mil. O de delegado é metade disso. Há alguns anos, era o mesmo valor. Então, estamos defasados e queremos a equiparação. Não é justo algumas categorias terem reajustes maiores”, argumentou.
A Polícia Federal em Mato Grosso tem um efetivo de 150 pessoas, mas pelos cálculos da categoria, deveria ter um mínimo de 350. Conforme Erlon, uma pesquisa feita em 1985 concluiu que o efetivo ideal seria de 17.500, mas hoje não chega a 12 mil.
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