Os policiais federais planejam uma nova paralisação de 24 horas na próxima semana, mas desta vez prometem levar a cabo a operação-padrão nos aeroportos e intensificar a suspensão das atividades. Depois de uma reunião no Ministério do Planejamento, representantes dos agentes e delegados da Polícia Federal descobriram que o acordo firmado no ano passado, que previa 60% de aumento em duas parcelas, não será cumprido.
A negativa foi transmitida aos policiais pelo secretário Nacional de Recursos Humanos, mas logo em seguida foi confirmada publicamente pelo próprio ministro Paulo Bernardo. “Vocês não vão achar que nós saímos por aí prometendo reajustes para todo mundo. Nós queremos fazer isso avaliando o que é reivindicado, se é justo. Se tem procedência, a reivindicação pode ser atendida, se nós tivermos recursos para isso”, disse, ao negar o pagamento da segunda parcela de 30% aos policiais federais.
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink, a posição do governo deve levar a categoria a decretar greve. “Fizemos uma negociação durante um ano e meio e a segunda parcela está num acordo escrito, assinado pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e pelo próprio ministro Paulo Bernardo. Agora dizem que o que foi assinado não vale. Estão nos empurrando para uma greve nacional”, reclamou. A idéia, explica Wink, é fazer uma nova paralisação na próxima quarta-feira.
Desde 2004, os policiais federais negociam com o governo um reajuste que equipare os seus salários com os de juízes e do Ministério Público. No início de 2006, chegou-se a uma solução. Os federais receberiam 60% de reajuste, dividido em duas parcelas. A primeira parcela saiu como o prometido, ainda em julho de 2006. A segunda estava prevista para dezembro. Sabe-se, agora, que o dinheiro não virá.
Paulo Bernardo reconheceu que técnicos do Planejamento estão negociando com os policiais, mas disse que o governo não está disposto a conceder o aumento de 30%. “Eu não gostaria de falar em percentual, até porque quando se fala 30% tem que lembrar que temos inflação de menos de 4%. É precipitado falar em percentual. Temos que ouvi-los e eles vão apresentar reivindicações, disse ele. Para o ministro, a paralisação de ontem dos policiais foi “precipitada”.
Banco Central
Também cruzaram os braços ontem parte dos funcionários do Banco Central — segundo o sindicato da categoria, o movimento foi mais forte no Rio de Janeiro, onde calcula que 95% dos funcionários aderiram à paralisação. Outras capitais, como Recife (PE) e Curitiba (PR), estimam adesão de 80% do quadro e em Brasília e São Paulo, 60%. Eles querem equiparar os salários de nível superior, hoje na média de R$ 7 mil, com os dos auditores da Receita Federal, em torno de R$ 10 mil.
Comentário do Presidente do Sindipol/DF:
O Ministro Paulo Bernardo declarou que nosso movimento foi precipitado. Acredito que precipitado foi o Sr. Ministro em dar essa declaração, pois além de não planejar, não cumpriu a promessa e o acordo. Não deveria haver necessidade de negociar, pois as negociações foram encerradas em 2006 com a assinatura do acordo e com Medida Provisória 305. Basta honrar o compromisso firmado.
Parece que estão nos testando. Se a categoria decidir, poderemos engrossar ainda mais pelas nossas reivindicações: CARREIRA, RECONHECIMENTO DO NÍVEL SUPERIOR E A 2ªPARCELA. Se nos empurrarem para a greve, estaremos prontos.
UNIDOS SEREMOS MAIS FORTES
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