Os Policias Federais do DF acabam de aprovar em assembléia a adesão ao Calendário Nacional de Mobilização, paralisando assim nos 22, 23, 24 próximos. A assembléia contou com cerda de 300 Policias Federais lotados em Brasília, que deverão permanecer mobilizados até a próxima quinta-feira, dia 24, último dia da paralisação programada e data da realização da próxima reunião junto aos representantes do governo. Nesta nova rodada de negociações, o Ministério do Planejamento deverá apresentar nova proposta para o cumprimento do acordo de reajuste salarial firmado ainda em 2006. Apesar de haver determinação expressa do Presidente Lula no sentido de cumprir o acordo firmado, as propostas apresentadas pelo Secretário de Recursos Humanos, Sérgio Mendonça, foram consideradas pelos representantes dos Policiais Federais apenas protelatórias. Espera-se que na próxima reunião entre os representantes dos Policiais Federais e do Governo, seja apresentada uma proposta séria, plausível, para que a categoria Policial Federal possa aprová-la e encerrar as paralisações. Restariam então, as negociações referentes ao Projeto de Lei Orgânica e Reconhecimento do Nível Superior para os cargos de Papiloscopistas, Escrivães e Agentes. A próxima proposta do governo deverá ser apresentada dias antes do inicio do deslocamento dos Policiais Federais escalados para trabalhar na segurança dos jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Caso a proposta do governo não seja aprovada pela categoria, a segurança dos jogos estará seriamente prejudicada com a ausência de cerca de 2.400 Policiais Federais.
Veja algumas matérias veiculadas na mídia sobre a paralisação dos Policiais Federais:
Policiais federais iniciam greve de 72 horas – GAZETA WEB
Policiais federais iniciaram nesta terça-feira uma paralisação que deve durar 72 horas, de acordo com a categoria. O serviço de emissão de passaportes deve ser o mais afetado. A expectativa é de que greve não interfira nos trabalhos de investigação da Operação Navalha, que aponta fraudes em licitações para a realização de obras públicas.
Ontem, os policiais estiveram reunidos com representantes do Ministério do Planejamento, mas não chegaram a um acordo. O objetivo do encontro era discutir a proposta de reajuste salarial de 30%. Trata-se da segunda parcela de um aumento prometido pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, em 2006. Conforme o acordo, os policiais deveriam ter recebido a segunda parcela no começo deste ano, o que não ocorreu.
Proposta inicial do governo federal previa o pagamento em duas parcelas: em junho de 2008 e em junho de 2009. Na reunião de segunda, o governo manteve o pagamento em duas datas, antecipadas em alguns meses: março de 2008 e março de 2009. Para o governo, a principal justificativa é de que o reajuste causaria impacto negativo nas contas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Segundo a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), a proposta frustrou as entidades que representam os policiais federais. Nova reunião entre a categoria e representantes do governo federal está marcada para quinta-feira (24).
Paralisação
A federação afirma que a paralisação não afetará os plantões policiais e que não está prevista a chamada operação-padrão nos aeroportos. A Fenapef não confirmou como trabalharão os policiais envolvidos na Operação Navalha. Para esta terça, porém, estão mantidos os depoimentos de 12 dos 48 presos. Eles serão ouvidos pela ministra Eliana Calmon, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A greve, no entanto, deve afetar os trabalhos de escoltas de presos e, principalmente, os serviços de emissão de passaportes.
Nesta terça, os policiais federais deverão se reunir em assembléias nos Estados para decidir como atuarão durante o protesto. Com isso, os atendimentos nas unidades da PF (Polícia Federal) poderão variar em diferentes regiões do país.
A paralisação não envolve os servidores do setor administrativo da PF, de acordo com o SINPECPF (Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal). Eles exercem serviços internos nos setores de logística e protocolo, por exemplo.
Os servidores administrativos, que chegara a paralisar as atividades neste ano, afirmam que chegaram a um acordo com o governo federal e foi criado um calendário para analisar o projeto de reestruturação da categoria. Eles querem a equiparação de seus salários aos de outros servidores administrativos federais –o que elevaria os rendimentos iniciais de R$ 1.900 para R$ 3.000–; e o fim das terceirizações.
Bahia
Na Bahia, cerca de 420 policiais federais estão em greve desde a semana passada, de acordo com o sindicato da categoria no Estado. O movimento envolve agentes, peritos, delegados e papiloscopistas.
De acordo com os policiais, com a paralisação, apenas 30% do efetivo trabalha na fiscalização de portos e aeroportos do Estado, atendimento de plantões e serviços de custódia de presos. A greve interfere em investigações, operações, emissão de passaportes e de certidão de antecedentes criminais. Não há previsão para que ocorra operação-padrão nos portos e aeroportos.
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Greve da PF atrasa passaportes e ameaça perícias para Operação Navalha
Policiais federais anunciaram paralisação de 72 horas em todo o país.
Nesse período, só serão atendidos casos de urgência.
O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Octávio Brandão, avisou que a perícia do material apreendido na Operação Navalha (que desarticulou um esquema de fraude em licitações e desvio de recursos de obras públicas) pode atrasar. “A perícia andará a passos lentos nas próximas 72 horas”, disse. Já o presidente da federação dos policiais, Marcos Vinício Wink, procurou afastar a possibilidade de prejuízo. “Investigações que correm contra prazos não serão afetadas”, afirmou.
Em São Paulo, mais de 300 pessoas estavam em uma fila na Superintedência da PF se revoltaram. O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal de São Paulo (Sindpolf/SP), Francisco Carlos Sabino, disse que idosos e crianças de colo serão atendidos e que serão distribuídas senhas para 100 casos de urgência. Ele afirmou que o atendimento deve voltar ao normal na sexta-feira (25).
No Rio de Janeiro, além da suspensão dos serviços, deve haver operação-padrão no aeroporto Tom Jobim, segundo o presidente do sindicato dos policiais, Telmo Correa Pereira dos Reis. Nessas ocasiões, agentes vistoriam a documentação e bagagem de todos os passageiros, provocando lentidão no atendimento. Até as 10h desta terça, o embarque ocorre normalmente.
Os policiais também confirmaram a paralisação em Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES). No Paraná, os cerca de 600 agentes das sete delegacias da PF no estado devem permanecer de braços cruzados até quinta-feira. O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Estado do Paraná (Sinpef/PR), Silvio Jardim, diz que o efetivo nos aeroportos será reduzido.
Estado de greve
Os policiais estão em estado de greve desde fevereiro. Eles pedem o pagamento de um reajuste de 30%, que representa a segunda parcela do aumento de 60% prometido no ano passado.
Na segunda-feira (21), eles participaram da terceira reunião de negociação com representantes do governo, mas não chegaram a acordo. O presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Sandro Torres Avelar, disse à Agência Brasil que o governo quer repassar o reajuste em duas parcelas, em março de 2008 e março de 2009. Os policiais, porém, querem que a primeira parcela seja paga em 2007.
*(Com informações do G1, no Rio e em Brasília, da RBS TV, da TV Globo Minas, da Gazeta On Line, de Vitória, e da Gazeta do Povo Online)
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