Policiais federais cogitam greve por tempo indeterminado – CampoGrandeNews
Pelo menos 12 mil policiais federais de todo o país aderiram à paralisação de 72 horas, por reajuste salarial. Na quinta-feira (24), uma nova proposta deve ser apresentada durante reunião com o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça.
O presidente do Sindipol-DF (Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal), Luís Cláudio Avelar, alerta para a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado, caso o governo não apresente um proposta que agrade a categoria. “A proposta atual é indecorosa. O próprio governo nos empurra para a greve. É um jogo de cansaço, mas nós não estamos cansados, só começamos as negociações”, afirmou.
Em Mato Grosso do Sul, cerca de 400 policiais aderiram ao movimento. No Estado as cidades que abrigam delegacias da PF são Campo Grande, Corumbá, Três Lagoas, Ponta Porã, Dourados e Naviraí. O serviço no Aeroporto Internacional de Campo Grande esta sendo mantido – a decisão por paralisação neste setor ficou a cargo de cada Estado.
No restante do País, mesmo mantendo os serviços considerados essenciais, como custódia de presos e segurança de alguns prédios, o primeiro dia da paralisação já afetou alguns setores, como emissão de passaportes, as investigações e tomadas de depoimentos, o funcionamento dos aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Paralisação da Polícia Federal continua e investigações devem ser reduzidas
Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília – Os policiais federais começaram ontem (22) uma paralisação de 72 horas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol-DF), Luís Cláudio Avelar, quase todas as ações da Polícia Federal (PF) estão paralisadas, com exceção da entrega de passaportes em Brasília.
“Em Brasília, há uma peculiaridade, pois é feito um agendamento com dois meses de antecedência. Por causa disso, a gente entendeu que não seria justo suspender a entrega dos passaportes, porque a pessoa agendou há dois meses atrás”, explicou Avelar. Segundo ele, todas as investigações estão sendo feitas com o efetivo reduzido.
“Não há como se fazer análise dos documentos e cruzamento te informações com um número reduzido de policiais. Só se mantêm as atividades essenciais, para que as portas não sejam fechadas. A perícia está prejudicada e as investigações com um todo. O que ficou mantido foi a escolta e oitiva de presos e a segurança.”
Os policiais querem o pagamento de uma parcela de recomposição salarial de 30%. Em 2006, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, assinou um temo de compromisso que garantia o paamento até dezembro daquele ano. Na semana passada, a categoria não aceitou a proposta do governo de pagar a recomposição salarial até 2009.
“Um acordo firmado em 2006 de uma dívida que vinha de dez anos sem reajustes, o governo quer pagar em 2009. Quando a gente recebesse essa segunda parcela já haveria novas perdas salariais e defasagem”, reclama Avelar. Amanhã (24), a categoria vai se reunir novamente como secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, para negociar uma nova proposta.
Greve afetará investigações – Policiais avisam que só trabalhos que evitem relaxamentos de prisão serão mantidos. Paralisação provocou filas em aeroportos (Correio Braziliense)
A paralisação de 72 horas iniciada ontem pela Polícia Federal deve comprometer as operações Hurricane e Navalha. Segundo os representantes dos agentes, delegados e peritos em greve, apenas investigações que correm contra o tempo serão mantidas. Só vamos continuar fazendo o que depender de prazo para evitar que nossa omissão resulte em um relaxamento de prisão, avisou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Wink. Até quinta-feira somente os depoimentos que já estiverem marcados serão preservados. Desde ontem está suspensa também a análise de documentos, segundo o presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF, Sandro Avelar. Não teremos como buscar novas provas que poderiam ocasionar em outras prisões. Apenas o que está em andamento será mantido, não vamos começar nada, disse.
Os policiais reivindicam um reajuste de 30% prometido no ano passado. O governo concorda com o índice, mas só quer aumentar o salário a partir do ano que vem — metade em março de 2008 e o restante em março de 2009. Os policias federais querem que pelo menos a primeira parcela seja concedida neste ano. Na tentativa de pressionar o governo a melhorar a proposta, eles cruzaram os braços ontem e aguardam até amanhã uma reunião com representantes do Ministério do Planejamento. Caso não tenham uma resposta, os policiais ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado.
Atendimento
Por causa da operação-padrão iniciada pela manhã por agentes da PF no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, o atendimento aos passageiros ficou prejudicado e as filas aumentaram no setor de embarque. Em Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, a operação-padrão começou à tarde. O serviço mais afetado pela greve foi a emissão de passaportes. Em São Paulo, mesmo com chuva, muita gente amanheceu acampada na frente da sede da PF para tentar conseguir uma senha. E quando o representante do sindicato dos trabalhadores avisou que apenas 100 pessoas seriam atendidas, houve reação. O sindicalista foi cercado pela multidão.
No Rio de Janeiro, a paralisação surpreendeu quem chegou cedo à sede da PF, na Praça Mauá, para dar entrada no pedido de emissão de passaporte. A fila começou a se formar de madrugada e chegou a ter 100 metros de comprimento. Pouco antes das 9h, policiais afixaram na parede uma faixa anunciando a greve e informando que só haveria entrega de passaportes. Apesar do aviso, as pessoas permaneciam na fila no fim da manhã, na esperança de serem atendidas.
Esta é a quinta paralisação dos servidores desde o ano passado. No dia 18 de abril, a PF paralisou seus serviços em todo o Brasil, deixando de investigar e provocando filas em aeroportos. Segundo a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), cerca de nove mil delegados, agentes, peritos, escrivães e papiloscopistas cruzaram os braços ontem.
Greve da PF prejudica emissão de passaporte “Operação-padrão” dos policiais também provocou atrasos no aeroporto de Guarulhos; 62 vôos internacionais foram afetados
A paralisação foi causada por divergências entre a categoria e o governo Federal sobre as bases de um reajuste salarial
ANDRÉ CARAMANTE – DA REPORTAGEM LOCAL ( Folha de São Paulo)
Cerca de 13 mil servidores da Polícia Federal de todo o país (delegados, agentes, papiloscopistas, escrivães e peritos) iniciaram ontem uma greve de 72 horas. A paralisação foi causada por divergências entre a categoria e os ministérios do Planejamento e da Justiça sobre as bases de um reajuste salarial.
Em todo o país, com exceção do Distrito Federal, o serviço de emissão de passaportes foi o mais afetado. Os funcionários da PF decidiram só emitir o documento em casos de urgência.
Ontem pela manhã, na porta da Superintendência da PF em São Paulo, na Lapa (zona oeste), uma das mais movimentadas do país, cerca de 300 pessoas protestaram contra a paralisação dos serviços.
Na segunda-feira, representantes dos funcionários da PF se reuniram com integrantes do Ministério do Planejamento e cobraram o cumprimento de um acordo de fevereiro de 2006 com o Ministério da Justiça, no qual teriam sido acertados aumento de 60%, pago em duas parcelas, e a reestruturação da carreira da categoria.
Pela nova proposta apresentada pelo Planejamento e recusada na segunda-feira pelos funcionários da PF, a categoria receberia 30% de aumento, pago em duas parcelas -uma em junho de 2008 e outra em junho de 2009.
Amanhã, nova reunião entre governo e representantes da categoria definirá, em Brasília, o futuro da greve, que poderá ser por prazo indeterminado.
A justificativa do governo Federal para parcelar o reajuste salarial é que o pagamento feito de uma só vez pode afetar as contas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal de SP, Francisco Carlos Sabino, disse que a adesão à paralisação da categoria ocorreu em todas as 14 delegacias da PF, totalizando 2.300 funcionários.
“Só conseguimos atingir o governo se paramos os serviços de atendimento ao povo. Foi assim que aprendemos a reivindicar com o Lula, que era sindicalista”, disse Sabino.
À tarde, a PF iniciou a “operação-padrão” (checagem rigorosa dos passageiros que embarcam e desembarcam de vôos internacionais). No aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), 62 vôos (com cerca de 12 mil passageiros) sofreram atrasos.
A demora na checagem afetou o comissário Laildo Maluf Bittar Filho, 40, que viajava da Coréia do Sul para Campo Grande (MS), onde visitaria a mãe, “doente em estado terminal”, e a irmã, “recém-operada para a extração de três tumores”. “Para quem eu vou chorar com tanta demora na fila? Não temos nada com o problema salarial da PF”, disse.
Greve afeta maior parte dos casos investigados pela PF – Jornal do Brasil
Vasconcelo Quadros
Brasília A maioria das operações que a Polícia Federal vinha desenvolvendo em todo o país foi paralisada ontem em função de uma greve deflagrada por delegados, agentes, peritos de demais funcionários de carreiras do órgão. A investigação mais afetada é a Operação Navalha.
Segundo estimativa feita no fim do presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais, Sandro Torres Avelar, cerca de 70% dos 13 mil policiais de todo o país aderiram ao movimento. A greve afetou o Instituto Nacional de Criminalística e o setor de análise de documentos em todo o país.
As entidades reivindicam um reajuste de 30% nos salários – delegados ganham, em média, R$ 10 mil, e agentes, R$ 4 mil acusam o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de ignorar um acordo que, segundo os sindicalistas, havia sido chancelado em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
No Rio, o serviço de emissão de passaportes foi interrompido e uma imensa fila se formou no prédio da superintendência regional. Em São Paulo, os grevistas adotaram a operação-padrão no aeroporto de Guarulhos. Em Brasília, grevistas passaram o dia mobilizando delegados e agentes que ainda trabalhavam.
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