Mais um dia de despedida, um dia de imensa tristeza, mais uma vez enterramos um amigo, irmão, filho, companheiro, Policial Federal, (em maiúsculo) cidadão exemplar na educação e trato com seus colegas de profissão, e mesmo com todo o apoio possível, escorado na presença de diversas pessoas, e no sobrevôo de helicóptero dos antigos companheiros da polícia civil, a emoção foi forte e tomou a todos.
Com 30 anos de idade, 1 ano nas fileiras deste DPF, que vem ganhando credibilidade da população com suas operações midiáticas, prendendo figuras importantes do cenário político e empresarial, sem disparar um tiro, Marcelo Cardoso nos deixa prematuramente, e ironicamente, abatido por um único tiro, disparado por um marginal comum, sem importância qualquer, se quer para o tráfico, um indivíduo invisível, que faz parte de um tormento cada vez maior para os habitantes da nossa cidade, participante ativo do visível aumento da criminalidade tão em voga e presente, com pedidos de basta e perguntas de, até quando?
Marcelo, apesar de policial, foi vítima inocente desta violência, e como ex-presidente do sindicato da Polícia Federal/RJ e hoje fazendo parte da diretoria de uma ONG que defende os direitos humanos dos profissionais de segurança pública, aguardo o posicionamento daqueles que são nossos representantes classistas frente à administração, quanto aos esclarecimentos, à população, aos policiais e principalmente aos familiares do Marcelo, e assim suscito alguns questionamentos tais como: qual é a participação da Polícia Federal no combate direto a esse tipo de criminalidade? Porque um número de policiais tão reduzido em uma operação em área de alto risco? Quem foi a autoridade responsável por esta operação? Porque não foi cogitado o pouco tempo como policiais federais de toda a equipe? Esclarecendo aos leitores, que como diretriz de trabalho, o núcleo de capturas, foi totalmente reformulado, sendo transferidos os policiais mais antigos, os chamados “cascudos”, ficando ali trabalhando somente policiais com pouco tempo de casa, os “novinhos”, perdendo, ao nosso modesto pensar, um princípio basilar, onde o “sangue novo cheio de gás”, se mistura ao saber adquirido com a experiência, e ao paciente caminhar do mais velhos.
Negligência e omissão, amadorismo e irresponsabilidades não podem freqüentar as salas e os corredores da PF, sob pena de termos que continuar a enterramos uns aos outros.
Fábio Domingos
Diretor de Comunicação do VIVA POLÍCIA!
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