Mais uma vez a novela se repete: O DPF “planeja” e se esquece que os policiais devem ter as condições de trabalho condizentes com a função que será realizada.
O que será que a Administração espera que um policial faça para se hospedar e para se alimentar, seja no Rio de Janeiro para participar do PAN ou em qualquer outro lugar do país, sem haver recebido as diárias?
Pelo que se sabe, metade do valor pago a título de diárias se destina à alimentação e a outra metade para a hospedagem. Fazendo um cálculo a partir de um valor estimado de R$ 127,00, o policial federal deverá custear suas despesas com café, almoço e jantar com R$ 63,50 e o mesmo valor deverá suportar pagar a conta do hotel.
Sinto muito pelos voluntários e espero que estejam conscientes da situação, mas o assunto é grave. Tenho certeza que os responsáveis pelas operações tentam, porém não conseguem organizar os recursos humanos a partir da disponibilidade financeira e material. “Sei que é difícil, mas os policiais não podem ser colocados em segundo plano”, lamenta Cláudio Avelar.
É certo que todos sabem que no caso do Rio de Janeiro, sede do PAN, que contará com cerca de 2.500 Policiais Federais, a violência é extrema. Não é novidade que há grande risco de morte e os voluntários e aqueles convocados estão conscientes que não há estrutura adequada para o bom andamento do serviço.
O fato de haverem voluntários para o serviço não eximirá em hipótese alguma o DPF da responsabilidade. Saibam que caso aconteçam acidentes, o Sindipol/DF saberá apontar os responsáveis e buscará as devidas reparações.
Ainda não existe a política de implantar o treinamento adequado, portanto mesmo que seja disponibilizado armamento e equipamento, podem ter certeza que haverá carência de operadores. Numa situação de confronto, que não é muito difícil de acontecer, deverá o policial se preocupar com o “tiro amigo” e com a falta de entrosamento da equipe, simplesmente pela ausência de critérios para adequar o perfil para determinada missão.
Como pode se esperar que um planejador que conta apenas com voluntários, possa montar uma equipe adequada e pronta para as eventualidades. Nem sempre esse voluntário é o mais indicado para a missão, podendo inclusive colocar em risco a vida do outro colega, que contava com alguém que pudesse lhe dar cobertura.
Por mais estranho que possa parecer, dessa vez não faltam recursos financeiros. Então o que falta para o DPF? Competência, profissionalismo ou vergonha na cara?
O Sindipol/DF mais uma vez coloca o Departamento Jurídico à disposição dos sindicalizados e deseja boa sorte aos voluntários e abnegados que arriscam suas vidas sem a mínima cobertura oficial.
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