Vannildo Mendes
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Ministros do STF suspeitam que estão sendo grampeados pela PF
A investigação da Polícia Federal, segundo o ministro da Justiça, concluiu que e-mails apócrifos recebidos pelo ministro Marco Aurélio de Mello, relatando o suposto grampo, era de autoria de um ex-funcionário do INSS que, por vingança, depois de ser exonerado por corrupção, tentou incriminar um delegado da PF que o investigou.
Tarso disse que informou o resultado das investigações ao ministro Marco Aurélio, há cerca de um mês e que ele ficou satisfeito. “São deturpações que ocorrem, mas que não afetam as instituições, porque no Brasil as instituições são sólidas”, afirmou Tarso.
Sobre os grampos telefônicos, o ministro disse que a PF não faz grampos ilegais. Disse que qualquer denúncia concreta será apurada e “exemplarmente punida”, porque o policial que fizer esse tipo de monitoramento ilegal estará cometendo “uma afronta à PF, que vem se aperfeiçoando desde a redemocratização do País”.
Para Tarso, a discussão a respeito dos limites das escutas telefônicas é saudável. “Nós que combatemos a ditadura e somos alvos das mais pesadas e escrachantes arbitrariedades, não podemos concordar com grampos ilegais e somos favoráveis a um maior rigor no uso de monitoramentos telefônicos”, disse.
A denúncia
Os ministros Sepúlveda Pertence, Cezar Peluso, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Gilmar Mendes são alguns ministros que suspeitam dos grampos. Há casos de vendas de gravações, de vazamento de informações para jornalistas e de suspeita de traição. Ministros envolvidos em julgamento de pessoas presas da PF também estariam sendo grampeados. O ministro Marco Aurélio Mello, por exemplo, contou que foi informado de que gravações de seus telefonemas estavam sendo negociadas em Campo Grande.
Segundo a Veja, o ministro Gilmar Mendes, que trabalhou da Operação Navalha, contou que foi consultado por um jornalista sobre a possível soltura de um dos presos na operação. Dias antes, havia tido uma conversa com um procurador sobre a necessidade de manter algumas pessoas presas. Ao questionar o procurador, que informou não ter comentado com ninguém sobre o asunto, o juiz teve a certeza de que era monitorado.
De acordo com a revista, o ministro Sepúlveda Pertence teria antecipado seu pedido de apostendoria, feito na semana passada, por conta dos grampos. O juiz já foi cotado para assumir o Ministério da Justiça, órgão que controla a Polícia Federal.
Ministros que julgam pessoas presas pela PF também estariam sendo alvo das gravações telefônicas. Cezar Peluso, responsável por casos da Operação Hurricane (furacão, em inglês), que investigou a susposta compra de sentenças judiciais, afirmou que, em setembro de 2006, começou a desconfiar que seus telefones estavam com chiados. À época, ele contratou uma empresa, que também detectou gravações ilegais nas linhas do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, e Marcelo Ribeiro, do Tribunal Superior Eleitoral.
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