Delegado que apurava fraudes em licitações no Senado pediu ao STF para investigar senador. No relatório da polícia, ele é citado 14 vezes por sua ligação com o lobista acusado de burlar as concorrências
Um documento da Polícia Federal até hoje mantido sob sigilo confirma o que o senador Efraim Morais (DEM-PB) sempre negou aos demais parlamentares: a suspeita por parte dos investigadores de seu envolvimento nas fraudes em licitações do Senado. O delegado Matheus Mela Rodrigues pediu para a Justiça enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) os indícios da ligação de Efraim com as irregularidades.
Mas é preciso apurar eventuais responsabilidades do senado, que supostamente estaria envolvido na organização criminosa de fraudar os procedimentos licitatórios junto ao Senado Federal. . Esse tipo de iniciativa da PF só ocorre quando a polícia tem convicção da participação de parlamentares em algo ilícito. Cabe ao STF autorizar a investigação.
O pedido da PF consta no relatório final de 150 páginas da Operação Mão-de-Obra, ocorrida em julho de 2006 para desmontar uma quadrilha que fraudava licitações na Esplanada dos Ministérios. Essa solicitação de investigação pelo Supremo está listada por ele entre as “diligências pendentes” do caso. Efraim é o primeiro-secretário do Senado, função responsável por esses contratos, que somam R$ 35 milhões.
A polícia avalia ainda que era clara a relação entre o parlamentar e o lobista Eduardo Bonifácio Ferreira, acusado pelo Ministério Público Federal de negociar os resultados dessas concorrências com as empresas Conservo e Ipanema, que conseguiram fechar contratos para fornecer mão-de-obra terceirizada ao Senado. “Resta nítido que Eduardo é o representante/direto do senador Efraim”, afirma o relatório final da polícia.
Ascom com informações do Correio Braziliense
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