O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, se reuniu ontem com todos os dirigentes da instituição em Brasília, para tentar afastar o clima de tensão causado pela prisão do segundo na hierarquia da corporação, Romero Lucena de Menezes. Delegados que acompanham o caso acreditam que o fato poderá expor um suposto racha existente na PF, demonstrado durante a semana, em que os dois protagonistas seriam o próprio diretor-executivo e o superintendente do Amapá, Anderson Rui Fontel de Oliveira.
No encontro, Corrêa procurou passar tranqüilidade aos demais dirigentes, afirmando que o inquérito contra Romero Menezes seria conduzido de forma transparente e isenta. O diretor-executivo foi preso na terça-feira passada acusado de tráfico de influência e advocacia administrativa em favor do irmão José Gomes Menezes Júnior, também detido temporariamente. O delegado teria intercedido ao superintendente do Amapá para liberar um documento de seu irmão, o que acabou não acontecendo. Por ordem judicial, Romero Menezes foi grampeado pela Polícia Federal, já que existia a suspeita de que ele teria vazado informações da Operação Toque de Midas, que tinha como alvo o empresário Eike Batista.
Conversa
Por meio de sua assessoria, Luiz Fernando Corrêa afirmou que estava a par de todos os procedimentos requeridos pela Justiça. Na semana passada, o diretor-geral da PF sabia que seu subordinado seria preso e comunicou o fato aos delegados Daniel Lorenz e Roberto Troncon Filho, diretores das áreas de Inteligência Policial e Combate ao Crime Organizado, respectivamente. Fontes da PF confirmaram as interceptações dos diálogos de Romero Menezes, principalmente com seu irmão. “Conversava semanalmente com ele (José Menezes Júnior)”, contou o delegado a amigos, acrescentando que seu irmão reclamava da demora na liberação do documento em Macapá, o que causou a discussão entre ele e Fontel de Oliveira.
A PF afirma que não há racha interno, explicando que prova disso foi a prisão de Romero Menezes, discutida com toda a diretoria antes de ser efetuada, sem que houvesse vazamentos. Além disso, os fatos foram comunicados aos integrantes do Conselho Superior de Polícia. Para Corrêa, a característica de um racha na corporação é quando ocorrem vazamentos durante uma crise, o que não é o caso atual.
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