Felix afirma que equipamentos da abin não fazem interceptações
A CPI dos Grampos vai ouvir amanhã o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Felix, sobre os equipamentos comprados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nos Estados Unidos. Segundo laudo oficial da Polícia Federal, os aparelhos são incapazes de terem interceptado a conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres. Mas, desde a revelação de que a conversa dessas duas autoridades foi grampeada, Jorge Felix entrou em confronto público com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, segundo o qual a Abin dispõe de maletas que podem fazer grampos.
O ministro da GSI afirmou que a Abin, subordinada funcionalmente a ele, não tem esses equipamentos que poderiam ter interceptado tal conversa. Por sua vez, o ministro da Defesa tem defendido que a Abin tem, sim, tais aparelhos de interceptações, o que é vedado por lei. Esses equipamentos, segundo Jobim, foram adquiridos pela agência de inteligência numa comissão de compras do Exército em Washington.
A defesa feita pelo ministro da Defesa de que a Abin tem esses equipamentos foi fundamental para o afastamento de Paulo Lacerda da direção-geral da agência, no início do mês. Em reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença de Nelson Jobim e Jorge Felix, o presidente Luiz Inácio Lula decidiu desligar toda a cúpula da Abin até que sejam concluídas as investigações da PF sobre o caso do grampo contra autoridades. “Há um jogo de poder, mas nós precisamos esclarecer os fatos”, afirma o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). A comissão vai ouvir também o ex-agente do Serviço Nacional de Informações Francisco Ambrósio do Nascimento, suspeito de ter grampeado autoridades na operação Satiagraha; o militar Idalberto Matias de Araújo, apontado por indicar Francisco Ambrósio para as investigações, além do ex-agente da Abin Jairo Martins, que teria participado da operação. (RB)
Comments are closed.