A Polícia Federal vai pedir a prorrogação do inquérito que apura o vazamento de escutas telefônicas entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demostenes Torres. O novo prazo será requisitado hoje à Justiça, que pode dar mais 30 dias para a continuidade das investigações. A PF não informa quantas pessoas já foram ouvidas ou em que fase se encontra a apuração, mas pelo menos dois ex-agentes do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) já foram ouvidos, além de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, não descarta que os grampos tenham outra origem. “Nenhuma hipótese está afastada”, afirmou Corrêa. De acordo com ele, a Polícia Federal vai continuar trabalhando em silêncio para não atrapalhar as investigações. Segundo fontes da corporação, uma das linhas que está sendo seguida é a de que as escutas teriam partido do Senado, onde peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) fizeram uma varredura e não uma análise técnica dos equipamentos. “Aparentemente não havia nada, mas isso não quer dizer que não haja a possibilidade dos grampos na Casa”, observa uma fonte da PF.
Um dos problemas da investigação da PF é a falta do áudio das supostas escutas clandestinas das conversas. Até agora a Polícia Federal não sabe concretamente se as revelações feitas pela revista Veja foram transcrições ou gravações. Os dois jornalistas foram ouvidos pelos delegados William Morad e Rômulo Berrêdo, mas não revelaram a origem da fonte das informações. Tanto Gilmar Mendes, quando Demostenes Torres não forneceram dados novos à apuração durante seus depoimentos. “O áudio é de muita valia, mas podemos ter outros ramos de investigação”, diz a fonte da PF. “O que sabemos até agora é que os diálogos existiram e foram confirmados pelos dois interlocutores”, afirma.
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