Particularmente achei muito bonito este termo “Reestruturação Salarial”, aplicado às negociações de reajuste salarial com o governo, contudo, o nome pouco importa e sim o resultado prático disto tudo.
Temos até início de julho para obter, ao menos, a recuperação das perdas inflacionárias do último período. Não quero multiplicar meu pessimismo, mas acredito que nem isto ocorrerá e tentarei explicar o porquê da minha opinião.
Os policiais federais já foram referência em termos salariais no Poder Executivo, mas a política do governo é de nivelamento e o resultado disto é que outras categorias obtiveram reajustes até cinco vezes maiores que o nosso, inclusive servidores que trabalham diretamente com a arrecadação do governo já nos ultrapassaram quando somados todos os benefícios. Por que nosso poder de negociação diminuiu tanto? Aqui vão algumas das respostas que tentei encontrar:
– Vivemos numa polícia rachada onde todos divergem de todos, policiais e administrativos, policiais e policiais em todos os seus cargos e classes, antigões e novinhos, e assim por diante, quando deveríamos “lavar a roupa suja em casa” e assim, nos fortalecer quando fora do DPF. Chegar numa mesa de negociação com várias propostas e tabelas diferentes demonstra toda falta de coesão e organização dos policiais.
– Nossa polícia conserva métodos de administração que considero da época do império. Possui, com raras exceções, chefes despreparados, quando não mal intencionados. Excetuando-se os casos de fachada, não aplica ferramentas modernas de gestão e isto gera ineficácia e ineficiência por subutilização e conseqüente desmotivação de seu efetivo. Tudo isto impacta diretamente nos resultados do órgão.
– Utilizamos uma estratégia de marketing muito volátil, baseada em pirotecnia e holofotes, megaoperações para a mídia, restando para nós o “The Day After”: Toneladas de papel, diligências e perícias acumuladas sem vazão e o pior, todo mundo solto! Até quando isto não cairá no total descrédito? Talvez nunca para o cidadão comum que clama pela sensação de justiça, mas e para o governo?
– Abrimos mão do poder de negociação e expomos a segurança do país, quando colocamos terceiros em aeroportos, realizando o dever do policial federal.
Sabemos que as falácias não terminam por aí, mas o espaço neste editorial sim.
De qualquer modo, o outro lado da mesa também não prima por excelência na gestão e, desta forma, podemos tirar algum proveito. Devemos aguardar as propostas, (caso existam) e nos mantermos mobilizados para não restar apenas o bonito nome …
Denis Peters
Diretor Parlamentar e Intersindical
Fonte: Sinpofesc
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