A crise que atinge Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça, começou na última semana, com a revelação de que a Polícia Federal interceptou ligações telefônicas e e-mails trocados entre ele e o chinês Li Kwok Kwen, o Paulo Li, preso em 2009 por contrabando de celulares e formação de quadrilha.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Tuma Júnior que preside o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) teria encomendado a Li um telefone celular, máquina fotográfica e uma mala.
Tuma também foi acusado ajudar Li a negociar vistos de permanência de chineses no país, facilitando seu acesso ao Ministério da Justiça. Segundo a PF, o chinês se apresentava como assessor da Secretaria.
Tuma Júnior chegou a prestar depoimento à PF sobre seu suposto envolvimento com Li. Mas, para o procurador da República Marcos Corrêa, as informações não eram suficientes para incriminálo. Isso não impediu que ele continuasse sendo investigado.
Para os policiais, as informações obtidas na operação Wei Jin, que levou Li à prisão, eram suficientes para comprometê-lo.
No sábado, a divulgação de outro trecho das gravações feitas pela PF mostrou que o secretário tentou amenizar o flagrante da apreensão de US$ 160 mil encontrados com um grupo que saía do Brasil rumo aos Emirados Árabes, em junho de 2009, no aeroporto de Cumbica, em São Paulo. O grupo era formado por familiares da deputada Haifa Madi (PDT).
Mesmo depois das denúncias, Tuma Júnior afirma que não deixa o cargo. E o governo também não fez qualquer movimento para afastá-lo.
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