Bendito é o fruto das mulheres – Sem dúvida a primeira das inúmeras atribuições das mulheres e a mais importante é a maternidade. Aquela que carrega em seu ventre por nove meses a criança, que em tese será amada, respeitada e bem criada.
Essa mulher que deveria ser a mais cortejada de todas as criaturas muitas vezes é rejeitada, mal tratada, ultrajada e até mesmo violentada, seja em seus direitos ou infelizmente em situações covardes que subjugam a sagrada e principal responsável pelo início da vida humana.
Como pensar que apesar de toda a correria diária, dos afazeres domésticos, da faxina, do banho nas crianças e também de colaborar no orçamento doméstico, sejam covardemente tratadas por homens que se julgam no direito de usando a força, submetê-las a um sem número de humilhações.
Numa recente entrevista concedida em nosso programa de TV, com dados provenientes da Subsecretaria Especial de Políticas Públicas para as mulheres, da Presidência da República, conheci números estarrecedores, que pelo silêncio do sistema, poucos sabem.
Uma em cada cinco mulheres já foi vítima de algum tipo de violência, sendo que um dos grandes responsáveis pela estarrecedora estatística é o próprio marido. Aquele a quem a esposa dedica seus melhores anos e a mãe dos seus filhos. Cada um com seus motivos e justificativas, inverte o papel se colocando como injustiçado e aplicando seus corretivos a moda antiga a quem deveria apenas agradecer pela parceria.
Obviamente não para por aqui, pois mulheres e meninas ainda são vítimas de tios, padrastos, irmãos e até mesmo de filhos e netos desnaturados que exigindo tratamento diferenciado, também machucam e ferem, além do corpo, a própria alma da vítima feminina.
Não falamos ainda dos abusos sexuais que são impingidos também a elas na rua e até mesmo dentro de casa, quando não querem ceder a alguns caprichos encorajados pelo álcool ou drogas.
Por essa rotina de assédio e brutalidade também passam as mulheres que compõe o mercado de trabalho, pois os exemplos são fartos de empresas que não se utilizam dos mesmos critérios para a remuneração, além de exigir favores, até mesmo sexuais, para a manutenção dos próprios empregos.
Ao leitor, que por ventura, estiver despreparado ou desprovido de maldade, pode até parecer exagero, mas infelizmente os números do Governo não mentem e as delegacias de defesa da mulher, registram diariamente ocorrências que inclusive abarcam todas as classes sociais e financeiras, demonstrando que a violência masculina contra a mulher, não escolhe, mas simplesmente se instala, quando encontra condições favoráveis.
Nesse aspecto, sempre insistimos que a mulher vítima da violência não deve desistir nem tampouco se calar, pois sua maior defesa é a denúncia. Em alguns aspectos, podemos até mesmo assentir que pôde haver um retrocesso na Lei Maria da Penha, pois alguns desejam que o processo somente prossiga no caso de a mulher manter a reclamação original, não desistindo da ocorrência inicial na fase policial.
Melhor seria que essa penalidade fosse aplicada, independente de representação, como uma ação civil pública incondicionada, mas alguns juristas preferem entender como sendo melhor que a vítima mantenha e reafirme sua reclamação anterior, para que seja dado prosseguimento ao processo.
De qualquer forma fica o alerta, em primeiro lugar àqueles que insistem em abusar das mulheres e por fim diretamente a elas, lembrando que sofrendo qualquer tipo de violência, devem procurar a polícia, o Ministério Público, a imprensa e quem mais puder ajudar, pois o silêncio, nesse caso acaba sendo aliado do inimigo.
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