Fernando Caieron é diretor de informação e inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa do Cidadão
O delegado Fernando Caieron, 40 anos, não quer ser fotografado na sala onde recentemente começou a trabalhar. O novo diretor de informação e inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa do Cidadão (SSP) de Santa Catarina explica que o espaço é reservado.
Há menos de um mês no cargo, ele tem pressa e muitas reuniões. Por isso, a entrevista foi feita por telefone. Desde o início de maio é ele quem está à frente da Diretoria de Informação e Inteligência (Dini).
Sua missão: melhorar o superlotado sistema penitenciário catarinense, que hoje conta com mais de 14 mil presos nas escassas 7,1 mil vagas.
Diário Catarinense – Que ideias novas podem ser aplicadas na Diretoria de Informação e Inteligência (Dini) da SSP?
Fernando Caieron – O secretário Justiniano me passou uma missão: o sistema penitenciário. Vamos investigar o que acontece lá e o que podemos fazer para melhorar. Vou preparar um projeto com sugestões de alterações e apresentar. Mas a aplicação depende da aprovação do secretário. Este assunto é muito delicado, mas vamos somar esforços e aproveitar a minha experiência na polícia federal e a experiência dos policiais civis.
DC – É possível fazer um bom trabalho com o material humano e os equipamentos que a Dini possui atualmente?
Caieron – Vou trabalhar com policiais civis, militares e servidores. O efetivo é de doze profissionais. Para mim este convite é uma grata surpresa porque vou trabalhar com pessoas que têm 20 anos de experiência na polícia militar e isso só vem a acrescentar para todos nós. Com o que se tem é possível fazer coisas muito boas e propor mudanças. Estou feliz de estar aqui e me sinto em casa.
DC – O senhor ficará no cargo até o final deste ano. Acha que é tempo suficiente para implantar alguma mudança?
Caieron – A ideia inicial é essa. Se eu entendesse que o tempo era insuficiente, não teria aceitado o desafio.
DC – Vê algum problema em sair da Polícia Federal e assumir um cargo público?
Caieron – Acho que é um ganho para as duas instituições. A Polícia Federal está sendo prestigiada no governo do Estado. Este cargo aqui é muito importante e estratégico. A minha vinda para a secretaria quebra alguns paradigmas. Agora está havendo uma materialização de uma coisa que já acontecia naturalmente: a aproximação das polícias. Nós já fizemos algumas operações conjuntas, como aconteceu na recaptura do traficante Neném da Costeira, no fim de 2008.
DC – Qual operação o senhor destaca durante sua atuação na Polícia Federal?
Caieron – A Operação Playboy. Uma investigação sobre o envolvimento da classe média alta e o tráfico internacional de drogas. Foram 200 quilos de cocaína e 38 pessoas presas em cinco estados. Teve também a Operação Monte Negro, em 2006, quando apreendemos 140 comprimidos de ecstasy e 800 mil euros em dinheiro vivo. Era uma situação que não adiantava apenas investigar. Nossa prioridade era atingir a estrutura financeira do crime do tráfico. E nós conseguimos isso.
Quem é ele
Nasceu em Caxias do Sul (RS)
Bacharel em Direito
Fez cursos na Agência de Repressão a Entorpecentes dos EUA, Espanha, Canadá e América do Sul
Mora em SC há mais de oito anos
Está há 15 anos na Polícia Federal
Ficou por cinco anos e três meses na chefia da delegacia de Santana do Livramento (RS)
Em 2002, assumiu a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, em Florianópolis
Também foi responsável pelas delegacias de Imigração e Fazendária
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