Polícia Federal envia agentes para fiscalizar os últimos dias de campanha no Rio Grande do Norte. Estado é o quarto no ranking de fraudes eleitorais
O crescimento assustador dos crimes eleitorais obrigou a Polícia Federal (PF) a enviar um grande efetivo para o Rio Grande do Norte. Cerca de 100 agentes do Distrito Federal (DF) e de outros estados vão fiscalizar várias cidades potiguares, consideradas áreas com histórico de compra de votos. Além de homens, a PF poderá deslocar um helicóptero de Brasília para Natal a fim de ajudar no deslocamento rápido dos policiais. Ontem, alguns estados começaram a proibir saques superiores a R$ 10 mil para evitar o uso indevido do dinheiro durante a eleição do próximo domingo.
Segundo a PF, em número de crimes eleitorais, o Rio Grande do Norte ocupa hoje a quarta colocação entre todos os estados brasileiros e o DF, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais. De acordo com o superintendente da corporação em Natal, Marcelo Morese, além do aumento do efetivo, que foi pedido pelo procurador regional eleitoral Ronaldo Pinheiro, a própria PF viu a necessidade de requisitar mais policiais. “Não está descartada a hipótese de emprego de um helicóptero para dar maior mobilidade de atuação”, afirmou Morese.
As atenções da PF têm sido centralizadas principalmente no Nordeste e no Norte do país. Segundo o superintendente da corporação no Rio Grande do Norte, se for necessário, será requisitado um novo contingente de policiais. “Também é possível que ocorra o retorno do jato da Polícia Federal — que está se deslocando de Brasília — para a capital ou para o interior com mais reforço. Tudo vai depender do desenrolar da operação que ora se inicia”, explicou o chefe da instituição no estado.
No Norte, ontem, a PF fez nova apreensão de dinheiro. O vereador Siríaco Silva Gomes foi detido com R$ 88 mil quando esperava um barco para Amaturá, a 910 quilômetros da capital amazonense, onde preside a Câmara Municipal. Aos agentes ele afirmou que os recursos seriam usados na folha de pagamento da instituição que dirige. “Foi uma denúncia anônima e, como estamos às vésperas de uma eleição, é necessária uma investigação sobre o destino desse dinheiro, ainda mais com notas de menor valor”, disse o delegado Roberto Câmara. Segundo a PF, os salários dos servidores do Legislativo de Amaturá não chegam a R$ 30 mil. Além do dinheiro, foram encontrados carteiras de identidade, uma relação com nomes de pessoas e valores relacionados, e material de campanha.
Desde a semana passada, a PF vem realizando operações para combater os crimes eleitorais, principalmente a compra de votos. Além disso, a corporação quer rastrear o uso de recursos de campanha pelos candidatos em regiões onde foram registradas grandes movimentações. Assim, pode ser possível constatar se há crimes de lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério da Justiça, esse tipo de delito pode ser notado nos pagamentos de material de campanha, em aluguéis de veículos, entre outros meios de burlar o uso de dinheiro sem origem declarada. Em todos os estados, agentes trabalham de forma ostensiva e disfarçados para poder chegar aos criminosos.
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