A FENAPEF recém publicou artigo denominado A Força Nacional da Polícia Judiciáriaavança, em que o ministro Luis Paulo Barreto acena com a contratação de 500 policiais civis para resolver a inoperância do IPL, que, segundo o próprio ministro, só resolve de 5 a 10% dos crimes. O que os assessores do ministro não lhe avisaram é que estes 500 policiais serão deslocados de algum lugar e, portanto, hipoteticamente, farão falta neste. Se o ministro reformasse o sistema investigatório e adotasse as políticas de valorização da carreira policial, em que os policiais mais competentes alçassem o topo da carreira investigativa e não fossem comandados por pessoas que apenas possuem um diploma de bacharelado em direito e que, na maioria das vezes, sequer efetuaram uma prisão. Para os problemas jurídicos é que existe o Ministério Público, orgão capacitado e preparado para realizar estas atribuições, que poderia por si só resolver os problemas legais que os procedimentos dos IPLs deixam passar e que levam a muitas absolvições por ilegalidades. O ministro poderia, também, empreender melhor esta verba preenchendo os cargos de policiais federais que estão vagos, pois muitos colegas estão abandonando a carreira desmotivados e outros tantos estão se preparando para trocá-la por outras mais valorizadas: Um Oficial de Justiça Federal, com atribuições que são apenas uma parte das atribuições dos Policiais Federais (não quero aqui desvalorizar uma carreira tão importante, mas apenas mostrar a importância de nossos cargos) recebem 70% a mais sem correr os riscos que corremos. Encerro este artigo convidando os colegas para refletirem sobre o porquê desta desvalorização e convocando-os para uma mobilização pela valorização dos verdadeiros policiais federais antes que sejamos consumidos pelo discurso fácil e complacente daqueles que, diferente de nós, não querem uma sociedade mais justa.
Miro Calmasini
Diretor de Comunicação do SINDIPOL/DF
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