Um dia após a troca de tiros entre policiais civis e federais que resultou na morte do agente federal Jorge Washington, no Curado, Zona Oeste do Recife, os presidentes dos dois sindicatos da categoria se pronunciaram sobre o caso. Marcelo Pires (Polícia Federal) acredita que houve precipitação por parte dos agentes da civil. Já Cláudio Marinho (Polícia Civil) reafirma que os policiais civis são preparados e houve uma fatalidade.
Após afirmar o clima de tristeza na Polícia Federal, Pires, apesar de comedido, apontou, em entrevista à Rádio Jornal, erros cometidos pelos policiais civis. “Todas as versões estão sendo apuradas. Mas é claro que os policiais civis agiram de forma imprudente e precipitada, mostrando falta de experiência. Não se justifica chegar atirando se não se tem certeza de quem está dentro do carro”. Pires também questiona o fato de os policiais civis não socorrerem Jorge Washington após a troca de tiros.
Cláudio Marinho, também em entrevista à Rádio Jornal, disse que os policiais civis que estavam na abordagem são experientes e capazes de proteger a população e combater o tráfico de drogas. “Civis e Federais estavam investigando o mesmo alvo. Eventualmente isso pode acontecer”. Ele preferiu não se estender sobre a denúncia, feita pelo taxista João Farias, de que os civis chegaram atirando no carro e sobre a alteração do local do tiroteio (a arma de Jorge Washington foi levada) e o fato de os civis não socorrerem os federais baleados. “Quem disse isso é responsável pelo que diz. Tudo será apurado”.
ENTENDA O CASO – As duas polícias investigavam separadamente um grupo de traficantes. Wagner Alves desembarcou no TIP (Terminal Integrado de Passageiros) com a pasta base de cocaína. Os policias abordaram o suspeito quando este entrou em um táxi.
De acordo com o motorista do táxi, João Francisco de Farias, os policiais civis teriam iniciado o tiroteio. Além disso, quem socorreu os dois policiais federais feridos foi uma viatura da Polícia Militar. Os policiais civis teriam se retirado sem prestar atendimento aos colegas. As autoridades preferiram não comentar o assunto durante a coletiva.
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