O SINPEF/RS tomou conhecimento, através da edição de dezembro de 2010, da Revista Olhar, de Santa Cruz do Sul/RS, de uma entrevista de quatro páginas com o Delegado de Polícia Federal, Luciano Flores de Lima, chefe da Delegacia daquela Cidade. A foto de página inteira estampada na capa da Revista, com sua imagem usando distintivo e fardamento da Polícia Federal, e com a chamada “Luciano Flores de Lima – o “cara” da PF”, já demonstra a clara intenção de autopromoção em detrimento da impessoalidade e da moralidade na administração pública, fundamentais para a atividade policial federal.
Nas páginas internas, a entrevista intitulada “Quem é o chefe”, o delegado usa termos como “minha delegacia”, como se fosse dono da instituição, ou para tentar mostrar para comunidade local que a polícia federal de Santa Cruz se resume em sua pessoa como se fosse um “super tira”.
Suas palavras são um verdadeiro estímulo ao tão rechaçado “carteiraço”, assim como ao uso do cargo público para fins de angariar benefícios pessoais, ferindo a ética e a moral coletivas tão defendidas por nós, policiais federais.
O parágrafo reproduzido a seguir bem revela sua intenção: “…eu me neguei a fazer o pagamento. Então ele avisou que chamaria a polícia caso não o fizesse. Disse a ele que poderia chamá-la, assim eu explicaria o meu erro. Tive então uma luz e chamei-o de volta me apresentando como policial federal brasileiro, e dizendo que estava ali a trabalho… Mostrei minha carteira funcional para o policial e ele confirmou que eu era da Polícia Federal brasileira. O condutor pediu mil desculpas pelo equívoco…Não precisei pagar nada pela viagem…”.
Onde está o zelo pelo tão importante sigilo de nossas investigações? Posturas como esta só vêm a denegrir a nossa atividade, colocando em xeque a tão valiosa confiança depositada pela sociedade na instituição policial federal e a qual tanto prezamos.
O SINPEF/RS está vigilante a toda e qualquer iniciativa que venha a macular a imagem da Polícia Federal ou a postura ética de seus servidores. Nada justifica o abuso do poder, o uso do cargo ou função para enaltecimento ou proveito próprio. Em nossa instituição, ninguém é “o cara”, somos todos partes fundamentais para o bom andamento e sucesso de nossas tão relevantes atribuições constitucionais.
Fonte: SINPEF/RS
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