Durante tiroteio, no Gama, um assaltante foi baleado e outro acabou atropelado na fuga. Polícia busca o terceiro envolvido. Policial, lotado em Foz do Iguaçu, estava visitando familiares
Juliana Boechat e Naira Trindade
Policiais civis e federais procuram o terceiro envolvido na morte do agente federal Adriano Luetz, 43 anos, assassinado ontem no Gama ao reagir a um suposto assalto. No tiroteio, um assaltante também foi baleado e outro acabou atropelado por uma mulher que passava pelo local. Ambos não correm risco de morte e devem responder pelo crime de latrocínio.
O crime ocorreu por volta das 11h15 de ontem, quando Luetz se dirigia à casa do amigo Nicácio Sobrinho, 49 anos, que mora próximo aos familiares dele na Rua Figueiras, no Setor de Chácaras de Ponte Alta Norte, no Gama. O agente, que dirigia o Fiat Palio placa AKN-3945, de Foz de Iguaçu (PR), planejava colocar créditos no celular. Queria poder receber as ligações dos amigos durante o churrasco que faria hoje. Ele havia comprado todos os ingredientes para a festa na casa dos pais.
O agente federal era brasiliense, mas morava e trabalhava em Foz do Iguaçu. Casado e pai de duas crianças, ele veio a Brasília cumprir uma missão a pedido da Polícia Federal. Ao estacionar na porta da casa do amigo Nicácio, recebeu uma fechada de um Palio de cor prata. Ele percebeu que seria roubado. Tirou sua arma e reagiu disparando cinco vezes contra os três homens. Uma bala o atingiu no peito.
Um deles, identificado apenas como Fábio, acabou ferido pelo policial. No momento do tiroteio, a motorista Mírian da Silva Aires, 42 anos, passava de carro pela rua. Apavorada com os disparos, a mulher acelerou o veículo e atropelou Alessandro de Oliveira Monteiro da Silva, 21. Ele ficou caído no chão com dores na cabeça e no abdômen. Alessandro é reincidente. Ele tem sete passagens pela polícia por roubo, tentativa de homicídio, homicídio, receptação e lesão corporal.
Após o atropelamento, um outro carro guiado pelo professor aposentado Benjamim Franklin dos Santos, 56 anos, entrou na mesma rua. Ao perceberem o veículo, os três assaltantes armados entraram na frente do condutor e mandaram que o professor saísse do carro. Todos entraram e fugiram. Depois, Adriano foi levado por um vizinho até o Hospital Regional do Gama. Ele ainda conversava e estava consciente. Porém, não resistiu e morreu minutos depois no hospital.
Prisões
Mais tarde, agentes federais e civis da 20ª Delegacia de Polícia (Gama) prenderam Alessandro. Outro envolvido no crime, identificado como Fábio, também foi detido. Baleado, Fábio pedia socorro aos médicos do Hospital Regional do Paranoá, do outro lado do Distrito Federal. Ele foi transferido para o Hospital Regional da Asa Norte, onde foi detido.
A delegada responsável pela 20ª DP, Deborah Menezes, colocou equipes de agentes na busca do terceiro envolvido. “Estamos reforçando as investigações nos hospitais de todas as cidades do DF e do Entorno. Há suspeitas de que o terceiro assaltante tenha fugido para Águas Lindas (GO). Todos têm passagem pela polícia e são muito perigosos”, disse a delegada.
A sensação de insegurança invadiu Ponte Alta Norte do Gama. Os moradores temem mais assaltos. “Aqui era um lugar tranquilo e agora estamos assustados. É a primeira vez quer esse tipo de coisa acontece aqui e isso não era comum”, contou o aposentado Orlando Gonçalves Silva, 47 anos.
Comments are closed.