Petista do Rio Grande do Sul vence disputa contra três outros candidatos por 375 votos, em dia sem surpresas para governo federal
Adriano Ceolin
Depois de reconduzir o peemedebista José Sarney (AP) à presidência do Senado no início da tarde, o governo federal emplacou, no fim da noite desta terça-feira, o deputado Marco Maia (PT-RS) para a presidência da Câmara. Ele recebeu 375 votos na disputa contra Sandro Mabel (PR-GO), que teve 106 votos. Chico Alencar (PSOL-RJ), com 16 votos, e Jair Bolsonaro (PP-RJ), com nove, também estavam na disputa. Três deputados votaram em branco.
Gaúcho de Canoas, Maia era o favorito da disputa e agora será o 50º ocupante do posto que tem, entre suas atribuições, assumir a Presidência da República no caso das ausências do presidente e do vice. Será a primeira vez que um ex-torneiro mecânico assumirá o posto na história da Câmara.
Após ser declarado novo presidente da Câmara, o deputado fez um discurso em que agradeceu e fez elogios ao líder do PMDB na Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). No próximo biênio (2013-2015), o PT tem um acordo para apoiar Alves. “O senhor representa um pouco de cada um de nós. Não é fácil chegar a 11 mandatos. São 44 anos de vida parlamentar”, afirmou.
Em seguida, Maia agradeceu seus adversários Chico Alencar, Jair Bolsonaro e Sandro Mabel. “Todo mundo sabe a dedicação do deputado Sandro Mabel. Faz um debate de alto nível nesta Casa”, disse. “Foi difícil disputar contigo essas duas últimas semanas”, completou Maia, referindo-se a Mabel, que teve 106 votos.
A eleição de Maia encerra um dia sem grandes surpresas para a presidenta Dilma Rousseff. Seguindo o roteiro, o novo Senado empossado na manhã desta terça-feira reconduziu o peemedebista José Sarney (AP) ao cargo de presidente da Casa por mais um biênio. Ao comemorar o resultado, Sarney enterrou a crise dos atos secretos que atingiu seu último mandato no posto e disse que o Senado “vive novos tempos”.
Maia chegou à eleição com o apoio de Dilma e do governo como um todo. Com 55 anos, o deputado do Rio Grande do Sul conseguiu se sobrepor no fim do ano passado ao então favorito do Palácio do Planalto para a vaga, o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Ex-torneiro mecânico, Maia consolidou seu nome dentro da bancada do PT, cuja maioria estava insatisfeita com algumas decisões de Dilma e seu núcleo de poder mais próximo. Vaccarezza era identificado como representante desse grupo. Declarações do deputado paulista com críticas à posição da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também repercutiram mal em setores do PT.
Maia aproveitou-se da situação por fazer parte da corrente interna majoritária do PT Construindo Um Novo Brasil (CNB), a mesma do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) e do dirigente petista José Dirceu. Na reta final, ele ganhou o apoio do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), integrante da corrente Movimento PT que tentava voltar ao comando da Câmara.
Eleito, Maia deve começar agora a providenciar em breve sua mudança para a residência oficial da Câmara, uma casa com mais de 700 m² de área construída, fica localizada em um dos melhores endereços de Brasília, mas nunca passou por uma reforma estrutural.
Mesa Diretora
A deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) será a primeira mulher a assumir um cargo de destaque na Mesa. Com 450 votos (59 brancos), ela é agora a 1º vice-presidente da Câmara.
O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) foi eleito 2º vice-presidente, com 288 votos. A deputada Rebecca Garcia (PP-AM), que concorreu como candidata avulsa, obteve 211 votos. Houve dez votos em branco.
O 1º secretário é o deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), eleito com 474 votos (35 em branco).
O deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) foi conduzido à 2ª Secretaria, com 455 votos (54 em branco). Para a 3ª Secretaria, Inocêncio Oliveira (PR-PE) foi eleito com 421 votos (88 em branco). Na 4ª Secretaria, Júlio Delgado (PSB-MG) assume o posto com 451 votos (58 em branco).
Os deputados eleitos para as quatro suplências foram: Geraldo Resende (PMDB-MS), com 432 votos; Manato (PDT-ES), com 420 votos; Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE), com 418 votos; e Sérgio Moraes (PTB-RS), que foi escolhido por 395 deputados.
*Com informações da Agência Câmara
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