Uma investigação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público abortou um plano de traficantes para matar vários juízes federais e outras autoridades do Judiciário e do MP. As ordens para as execuções seriam dadas de dentro do Presídio Militar de Campo Grande, onde está preso o cabo do Corpo de Bombeiros Ales Marques, acusado de tráfico internacional de armas e drogas. Procuradores da República e a PF estão mantendo o caso em sigilo e não revelam quem estaria entre os prováveis alvos. No estado, pelo menos dois magistrados usam escolta de agentes federais por causa de constantes ameaças de morte.
Os investigadores não informaram como o plano foi descoberto, já que o caso ainda está sendo apurado, mas a Polícia Federal coletou informações em várias ações de Marques. Uma delas foi sua saída do Presídio Militar de Campo Grande para fazer uma busca em uma cháraca próxima à cidade. Ele estava acompanhado por outros militares que faziam a escolta, mas sem qualquer identificação. O Ministério Público em Mato Grosso do Sul pediu à Justiça a transferência do acusado para um presídio federal em outra região do país. Além disso, a PF abriu inquérito não apenas para apurar o suposto plano de morte contra as autoridades, mas também para verificar a existência de um esquema de suborno.
Em outubro de 2009, o Correio publicou uma série de reportagens mostrando que vários juízes em todo o país estavam sob ameaça de morte. Um deles é Odilon de Oliveira, que mora em Mato Grosso do Sul, e que anda escoltado por policiais desde que foi ameaçado por traficantes que atuam na fronteira com o Paraguai.
Rei da droga
Ales Marques traficava a partir de Pedro Juan Caballero, levando droga para São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, além de estados do Nordeste. Ele foi preso em Campo Grande em junho de 2010, durante a Operação Maré Alta, que desbaratou o esquema do tráfico na região, quando também foram detidos seus filhos e a ex-mulher.
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