Quando você imagina que já viu tudo na vida, é surpreendido por fatos inusitados e pitorescos, daqueles que integram o rol de “causos” do folclore policial.
Os sindicalizados que participaram da última Assembléia do Sindipol/DF, receberam a inesperada visita de um indivíduo estrangeiro, trajando roupas sujas e surradas, portando uma mochila nas costas. Não falava uma palavra da língua portuguesa. Abordado por alguns participantes da Assembléia, o alienígena disse – em inglês – ser originário da Europa e que estava ali por curiosidade, por ter visto na rua uma faixa do Sindipol convocando para a Assembléia.
Explicou que digitou “Sindipol” no GPS que guardava na mochila e rumou a pé para o Setor de Clubes, desde a zona central de Brasília. Aos policiais, esquivou-se de mostrar passaporte ou outro documento pessoal que o identificasse, alegando direitos de “cidadão do mundo”. Pelo ineditismo do fato e pelo seu estranhíssimo comportamento, por óbvio o gringo foi conduzido até a Superintendência Regional do DPF, no Setor Policial Sul, a fim de prestar esclarecimentos.
Na Superintendência, ele não resistiu a meia dúzia de perguntas e para surpresa de todos, apesar da aparência de estrangeiro, da língua estrangeira e do comportamento de estrangeiro, tratava-se na verdade de um gringo de mentirinha. Era brasileiro – carioca da gema – tinha nome brasileiro, carteira de trabalho e um endereço domiciliar suspeitíssimo: uma área habitacional exclusiva dos militares em Brasília.
O Sindipol/DF condena e repudia a intromissão indesejada do referido indivíduo na sua Assembléia, negando-se a acreditar tratar-se de um desastroso caso de espionagem patrocinado por órgão de inteligência do governo.
Os dirigentes do Sindicato dos Policiais Federais estão empenhados em esclarecer o episódio, a fim de preservar os direitos individuais e coletivos e os princípios básicos da democracia assegurados pelo estado democrático de direito.
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