Os cortes no Orçamento deste ano, que atingiram em cheio toda a Esplanada e fizeram com que os ministérios enxugassem ao máximo as despesas com viagens e custeio, obrigaram a Polícia Federal a suspender cursos de aperfeiçoamento que seriam aplicados neste mês. Entre outras coisas, os cursos são pré-requisitos para a ascensão profissional e passaportes para melhores contracheques. A decisão, comunicada em mensagem interna, frustou cerca de 250 agentes, delegados e peritos, que aguardavam pelo início das aulas.
Com a medida, os policiais estacionam na carreira. Uma vez aprovados nos cursos de aperfeiçoamento, quem está na primeira classe sobe o último degrau no organograma da PF e se estabelece na classe especial. O salto entre um e outro estágio corresponde a um ganho salarial de aproximadamente R$ 2,5 mil. Diante da insatisfação da categoria, entidades que representam os policiais tentam convencer a cúpula do órgão a reverter a decisão.
O presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol-DF), Jones Leal, disse que muita gente pode estagnar se os cursos não forem liberados. “Acredito que essa suspensão tende a cair. Se isso não acontecer, a polícia para”, justificou. Apesar de toda a preocupação, não há, ao menos por enquanto, sinal de que a cúpula da PF voltará atrás. Em nota, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) reforçou que a situação é grave: “A instituição ainda não se recuperou dos efeitos do contingenciamento ocorrido no ano passado”.
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