Operação conjunta estará sob coordenação de um oficial do Exército.
PF, Forças Armadas e policiais locais terão responsabilidades diferentes.
A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil entre os dias 19 e 20 de março exigirá um megaesquema de segurança envolvendo as Forças Armadas, a Polícia Federal, o Secret Service (que faz a segurança dos presidentes americanos) e as unidades de Polícia Civil e Militar do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, estados por onde o presidente, sua esposa Michelle e as duas filhas irão passar durante a viagem.
Embora a atuação seja conjunta e esteja cercada de mistério, a coordenação da operação em cada unidade da federação envolvida estará sob comando de um general do Exército, chamado de Coordenador de Segurança de Área (CSA). Esse é um procedimento padrão quando está em jogo a segurança de dignitários que visitam o Brasil.
O G1 apurou que o núcleo de planejamento dividiu as tarefas entre os órgãos em “círculos de responsabilidade” ao redor de Obama e de seus familiares. Oficialmente, nenhum órgão detalha a operação e divulga a quantidade de homens que empregará na ação.
As autoridades afirmam que extensões indeterminadas dos espaços aéreos de Brasília e da capital fluminense serão fechados durante a presença de Obama nas cidades.
O Exército informou que oficialmente o general Fernando José Lavaquial Sardenberg, comandante da Brigada de Infantaria Pára-quedista, estará à frente da operação no Rio, onde Obama estará no domingo (20). É o mesmo oficial que comandou a ação do Exército no conjunto de favelas do Alemão após a conquista do morro na Zona Norte da capital fluminense pela polícia, em 2010.
A embaixada dos EUA no Brasil divulgou nesta quarta-feira (16) que, no domingo, Obama visitará pela manhã o Cristo Redentor e, à tarde, fará um pronunciamento aberto ao público na Cinelândia, no Centro do Rio.
Está prevista também uma visita do presidente norte-americano à comunidade Cidade de Deus, em Jacarepaguá, onde foi instalada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Até o momento esse compromisso não foi confirmado pela embaixada norte-americana. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que Obama irá visitar a Cidade de Deus.
Dentre os locais que Obama visitará no Rio, um delegado da PF que atua no esquema de segurança afirmou ao G1 que o maior foco de preocupação é a Cinelândia, mas que “o risco é pequeno”.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores, Obama e a família desembarcam em Brasília às 8h do sábado (19). Às 10h, o presidente norte-americano terá um encontro privado com a presidente Dilma Rousseff. Às 12h45, ele irá para o Itamaraty, onde encerra uma reunião de empresários e almoça com a presidente Dilma. No final da tarde, Obama participa de um seminário com empresários e economistas e segue para o Rio de Janeiro, onde dorme com a família na noite de sábado para domingo.
Círculos de segurança
Em todos os locais onde Obama, a primeira-dama e suas filhas estiverem presentes, o círculo mais próximo de proteção é de responsabilidade dos agentes do Secret Service. São homens uniformizados e à paisana que usam pistolas ponto 40 e submetralhadoras de pequeno porte que podem ser camufladas embaixo da roupa. Todos os veículos que a família Obama e o Secret Service usarão são blindados.
O segundo círculo de proteção caberá à Polícia Federal. Ao G1, a PF informou oficialmente ter convocado peritos antibombas para fazer varreduras de detecção de explosivos ou materiais radioativos e bacteriológicos e também sua tropa de elite, o Comando de Operações Táticas (COT), que age em caso de combates ou ações arriscadas.
Agentes da PF também vão compor os comboios de deslocamento e farão segurança fixa nos locais de hospedagem da família, além de atuar no controle e proteção do espaço aéreo e marítimo.
Mais ao redor estarão homens das Forças Armadas. O Exército mobilizou batedores e suas tropas especializadas, como o Destacamento Contra-Terror (DCT), que atua na prevenção e combate em caso de ataques terroristas, e atiradores de elite com formação de Comandos e Forças Especiais. Militares da Marinha e da Aeronáutica também estarão no círculo, que compreende varredura e controle sobre prédios ao redor de onde Obama irá estar.
As polícias Civil e Militar farão segurança pública nos locais onde a família Obama estiver presente, além de garantir o isolamento do trânsito e a resposta rápida no caso de tumulto e confusão na rua.
Em nota, o Comando Militar do Leste (subcomando do Exército no Rio), informou que as Forças Armadas atuarão na proteção de Obama cumprindo determinação da presidente Dilma e que as ações serão “emergenciais e temporárias”. “A coordenação das ações será do Exército Brasileiro”, diz o texto.
A Força Aérea Brasileira (FAB) vai colocar caças de prontidão e posicionar baterias de artilharia antiaérea em locais estratégicos. O espaço aéreo brasileiro será monitorado por aviões-radares. Também haverá restrições a voos. Segundo a FAB, o esquema de segurança será semelhante ao implementado em outras ocasiões, como na posse da presidente Dilma Rousseff, em janeiro.
A Marinha, por sua vez, disse que os detalhes sobre sua atuação durante a visita de Obama estão sob controle do Ministério de Relações Exteriores.
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