Na média, 3 de cada 10 inquéritos abertos no ano não foram finalizados
Em toda a Federação, a polícia melhorou sua produtividade e fecha 123 investigações para cada 100 instauradas
Responsável por investigações sobre União, verbas federais e servidores públicos, a superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal tem a pior produtividade da corporação no que toca à conclusão de inquéritos.
Em 2008, para cada 100 investigações abertas na capital federal, só 28 eram concluídas. Em 2011, a proporção subiu para 70 finalizadas a cada 100 instauradas.
Mas, apesar da evolução, o Distrito Federal obteve nos dois casos o pior resultado, em comparação com as demais unidades da Federação.
Na capital do país, há uma série de investigações complexas envolvendo agentes estatais. O resultado é a existência de casos que ficam anos sem conclusão.
Um exemplo foi o inquérito aberto em 2008 para investigar doações supostamente ilegais feitas ao PT por empresas ligadas a um caso de fraude fiscal da empresa Cisco. Desde então, a apuração não foi finalizada.
Em todo o país, cabe à PF a apuração de casos que vão desde tráfico de drogas a furtos de computador em universidades federais.
Somando todos os Estados, a produtividade da PF quase dobrou. Em 2008, para cada 100 inquéritos abertos, 66 eram concluídos.
Neste ano, a polícia finalizou mais investigações do que abriu: 123 encerradas para cada 100 instauradas.
Os dados a que a Folha teve acesso, recém-compilados, não significam qualidade da prova.
A PF sofreu alguns reveses nos últimos meses, por exemplo, com a anulação de investigações das operações Castelo de Areia e Faktor por parte do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
ESTOQUE
O maior índice de conclusão de investigações nos últimos anos levou o estoque de inquéritos em andamento a cair de 170 mil em 2008 para 100 mil agora.
Delegados também tentam limpar investigações que correm há muitos anos.
Em 2008, havia mais de 27 mil inquéritos abertos havia mais de cinco anos, alguns alcançando 15 anos de tramitação. Hoje esse número caiu para menos de 5.000.
Entre os motivos para o aumento de produtividade está um sistema de videoconferência que permite que a cúpula fiscalize o andamento de inquéritos nos Estados.
Segundo os dados, a PF também conseguiu diminuir o número de cartas precatórias (usadas para ouvir testemunhas e acusados em outros Estados) a executar.
Fonte: Folha de S. Paulo
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