MÁRCIO FALCÃO – Folha de São Paulo – DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e líderes partidários descartaram nesta terça-feira a votação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que institua o amplo voto aberto, ou seja, que acabe com o voto secreto no Congresso.
Maia reconheceu que há consenso apenas sobre a proposta de voto aberto para cassação de parlamentares. Na Câmara, tramitam propostas que instituem o voto aberto para eleição dos presidentes do Senado e da Câmara, indicados para tribunais de contas, entre outros.
Senado adia votação sobre fim do voto secreto no Legislativo
“Já sugeri aos líderes do movimento que tragam nova proposta incluindo apenas esse tema [cassação]. Ela seria aprovada com rapidez no Senado e aqui e de forma unanime. Agora, a insistência é que provoca instabilidade entre os líderes. É bem mais difícil construir acordo com os partidos que não querem abertura total do voto”, disse Maia.
Na reunião de lideres da Câmara, o PSOL pediu adesão para a votação do texto do voto aberto, mas só conseguiu apoio do DEM, PSDB e PSC (nem todos os líderes estavam presentes). Nesta terça, estudantes de Brasília entregaram no Congresso um abaixo assinado com 36 mil assinaturas pedindo a votação da PEC do voto aberto.
A pressão pelo voto aberto ganhou força após o pedido de cassação do senador Demóstenes Torres (Sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar por suspeita de envolvimento com o esquema do empresário de jogos ilegais Carlos Cachoeira.
A análise do processo do senador está prevista para o dia 11 de julho. Os líderes do Senado ensaiaram colocar uma PEC do voto aberto para cassação em votação, mas depois seguraram o texto.
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