Fonte: Correio Braziliense
O governo encontra dificuldade para equacionar o descompasso entre a geração de receitas e os crescentes gastos com a manutenção da máquina pública. Nos seis primeiros meses do ano, as despesas do chamado governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) cresceram 12,5%, ao passo que a arrecadação aumentou apenas 8,7%.
De janeiro a junho, os gastos totalizaram R$ 379,5 bilhões, um aumento de R$ 42,1 bilhões em relação ao primeiro semestre de 2011. Boa parte desse dinheiro foi aplicada no custeio da máquina pública, numa conta que girou R$ 140,8 bilhões, mais 19,2% ante o mesmo período do ano passado. Diante desse quadro, houve redução também da economia para pagamento de juros (superavit primário), que caiu de R$ 56 bilhões para R$ 48,1 bilhões entre os dois períodos.
Com um cenário econômico adverso, de aprofundamento da crise financeira global e baixo crescimento interno, as receitas federais totalizaram R$ 521,7 bilhões, uma elevação de R$ 41,7 bilhões em comparação ao que havia sido arrecadado no primeiro semestre de 2011.
O crescimento mais fraco das receitas foi influenciado pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), devido às desonerações dadas pelo governo, e pelas quedas da Cide Combustíveis (-44,1%), já que o governo reajustou a gasolina e o diesel nas refinarias, mas manteve os preços para os consumidores nos postos. (DB)
E EU COM ISSO
Maquiagem
Para especialistas, o aumento do gasto público no período pré-eleitoral não se reflete necessariamente em melhorias para a população. Eles explicam que, normalmente, nessa época, prefeituras e governos estaduais colocam recursos em obras sem utilidade, ou realizam uma espécie de maquiagem em áreas que passem ao eleitor a sensação de que o gestor é atuante. Porém, o resultado se deteriora rapidamente pela má qualidade do serviço.
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