Blog do Gustavo Henrique Braga
Nesta quarta-feira, 08/08, uma série de “lambanças” do governo, aliadas a um muito azar resultou na maior vitória dos sindicatos dentro da guerra midiática desde o início da campanha salarial e das greves.
Para começar, policiais militares entraram em confronto com manifestantes grevistas em frente ao Palácio do Planalto. Logo no Palácio do Planalto, monitorado constantemente por jornalistas e fotógrafos dos principais veículos de comunicação do país.
O resultado? Pela primeira vez nos últimos 10 dias, as manchetes dos principais jornais do país deixaram de lado o julgamento do Mensalão e as Olimpíadas para estampar a foto do conflito que, diga-se de passagem, durou apenas alguns minutos e, até onde se sabe, não deixou nenhum ferido, mas rendeu belas imagens.
Aí veio o maior problema: deixaram Gilberto Carvalho, titular da Secretaria-Geral da Presidência da República participar, abertamente, de uma conferência sobre trabalho decente, em Brasília, no mesmo dia em que a greve ganhou a adesão das carreiras típicas de estado e que os manifestantes tomaram parte da Esplanada. O que aconteceu foi exatamente o esperado: vaias e mais vaias a Carvalho quanto subiu ao palco, o que, claro, chamou mais atenção da mídia.
Por fim, para acalmar os ânimos, Miriam Belchior apareceu para dar declarações de que o diálogo com os grevistas continua. Ela não falou nada demais, nenhuma novidade, mas a declaração da ministra serviu para dar pano para a manga de todos os jornais. Uns com a interpretação de que o governo começou a ceder, outros de que endureceu com os grevistas.
O fato concreto é que a pressão dos servidores finalmente mobilizou toda a mídia nacional de uma só vez. Nesta quinta-feira (09/08), a greve é manchete do Estadão, Folha, Correio Braziliense e Valor Econômico.
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