Fonte: Agência Fenapef
O Ministério Público Federal em Foz do Iguaçu instaurou inquérito para apurar a eventual prática de ilícito de improbidade administrativa, por parte de dirigentes da Polícia Federal, através de atos que, em tese, configuram abuso de poder, desvio de finalidade e assédio moral, em face dos policiais federais lotados na Delegacia da PF em Foz do Iguaçu. O procedimento foi distribuído no último dia 22, e será presidido pelo procurador Ercias Rodrigues de Souza, da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria da República.
Policiais federais de Foz, que participaram da greve nacional da categoria, estão sofrendo retaliações, através de relotação de setores, instauração de sindicâncias e procedimentos administrativos disciplinares, ameaças e ordens ilegais. As condutas dos responsáveis pelos atos agora serão investigadas pelo órgão responsável pelo controle externo da atividade policial.
O MPF foi acionado pessoalmente pelo presidente da Fenapef Marcos Wink, que tomará medida semelhante em outras localidades, em face de inúmeras denúncias de perseguições contra agentes, escrivães e papiloscopistas federais, que aderiram à greve.
A greve realizada pelos policiais federais, iniciada em 7 de agosto e que teve a duração de 69 dias, foi a maior da história da categoria. O movimento, em momento algum foi considerado ilegal pela Justiça, inclusive na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que impôs limites à paralisação. “Nossa história de lutas não pode ser manchada pela sujeira de vaidades e abusos por parte de dirigentes autoritários da PF, que deveriam trabalhar em prol do interesse público e não na perseguição de servidores que exerceram o legítimo direito de greve”, critica Wink.
“Acreditamos que a verdade dos fatos e a justiça prevalecerão e os responsáveis por esta onda de assédio laboral serão enquadrados nas penas da lei”, comenta a agente Bibiana Orsi, representante em Foz do Iguaçu do Sindicato dos Policiais Federais do Estado no Paraná (Sinpef/PR).
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