Fonte: Correio Braziliense
Parlamentares reclamam da falta de debate sobre a gestão da Casa por não haver nome oficializado na disputa pela presidência
Apontado como futuro presidente do Senado, Renan jura aos colegas que ainda não sabe se disputará o cargo, apesar de ser o único nome na bolsa de apostas até o momento
Insatisfeito com o processo de eleição para escolha do novo presidente do Senado Federal, até o momento sem nenhuma candidatura oficializada e, consequentemente, com a ausência total de propostas e debates, um grupo de senadores lançará nesta semana uma “carta de princípios” para cobrar independência e transparência do homem que vai comandar a Casa pelos próximos dois anos. Ninguém admite, mas o documento, redigido pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) com ajuda de Randolfe Rodrigues (PSol-AP), é uma reação tácita às manobras silenciosas do senador alagoano Renan Calheiros (PMDB) para voltar à presidência cinco anos depois de ter renunciado com o intuito de evitar a cassação. Inicialmente, sete parlamentares devem subscrever as “sugestões”. A ideia é conseguir o maior número de assinaturas possíveis para, mesmo sem chances de vitória no processo eleitoral, gerar o debate e obrigar quem se candidatar a se posicionar sobre os pontos mencionados.
O texto destacará a necessidade da transparência absoluta em relação a todos os atos. Uma das sugestões, inclusive, mencionada por Randolfe, é a criação de uma mesa paritária para acompanhar todas as decisões da Mesa Diretora. “A nossa ideia é que o Senado crie um comitê paritário gestor para acompanhar tudo o que ocorre no Senado. É necessário criar mecanismos para que o povo acesse detalhadamente todas as despesas da Casa. Precisamos divulgar quanto o Senado, por exemplo, gasta na manutenção dos gabinetes e qual é o custo administrativo.” O senador ressalta outro ponto em relação à transparência que deve constar no “manual”. “O presidente do Senado deve detalhar todos os seus bens e também os de familiares, incluindo mulher e ex-mulher. No Brasil, há o péssimo exemplo de se transferir o patrimônio para o nome de parentes.” Ainda sem nome oficial, Randolfe sugere que o documento seja intitulado Plataforma republicana para o Senado Federal.
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